segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Reencarnação e o desenvolvimento do homem - quantas vezes reencarnamos?

Reencarnação e o desenvolvimento do homem


Alexandre Cardia Machado

Trabalho apresentado no XXI Congresso Espírita Pan-americano, realizado em Santos de 5 a 9 de Setembro.




1 - Introdução:


Qual afinal teria sido a nossa trajetória enquanto Espírito encarnado na Terra?

Escrevi, em 1996 um trabalho, denominado - O Ser Humano e a Evolução - desde então meu interesse pelo tema só aumentou, Este trabalho inaugurou a pesquisa mais detalhada a respeito da evolução do Princípio Espiritual na Terra até a sua realização na forma Humana.

Este trabalho pode ser encontrado aqui mesmo em nosso blog -

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/o-ser-humano-e-evolucao-uma-analise-pre.html


 

Procuramos fazer uma comparação entre o conhecimento científico e a visão Kardequiana.

Em 2009, no XI SBPE apresentamos um novo trabalho - A Evolução do Princípio Espiritual do átomo ao Espírito Superior - Uma releitura da Codificação, onde procuramos propor uma hipótese para o desenvolvimento do Espírito em nosso planeta, evidentemente que a desenvolvemos sem recorrer a exobiologia, quer física, quer espiritual, ou seja desconsiderando a pouco provável migração interplanetária de Espíritos.

Este estudo que apresentamos busca focar na questão do número de reencarnações, compatíveis com as curvas de crescimento populacional, considerando as duas hipóteses possíveis, sem ou com migração de espíritos de outros planetas.

2 – Desenvolvimento das hipóteses reencarnacionistas:

2.1 - A visão de evolução humana – à época de Kardec:

De forma simplificada, os principais pontos da Doutrina Espírita sobre a evolução do homem, extraídos das obras básicas.

a. Aceitação da existência de diversos ramos de primatas, que deram origem a diversas árvores (homem, chimpanzés, gorilas, etc.);

b. aceitação do princípio, ainda que à nível de hipótese “de que o homem tenha se utilizado da vestimenta do macaco” na fase de elaboração do envoltório definitivo;

c. o Espírito modela o seu envoltório, talha-o de acordo com a sua inteligência;

d. os mundos progridem, fisicamente, pela elaboração da matéria e, moralmente, pela purificação dos Espíritos que o habitam;

e. existência da raça Adâmica ( migrações de outros planetas);

f. os selvagens também fazem parte da humanidade, evoluirão, mas sem dúvida, não será em corpos da mesma raça física;

g. existência de dois tipos de seres, os que não são procriados (geração espontânea) e os que se propagam por reprodução, dando origem a novas espécies (teoria da evolução de Darwin).

2.2 – Aurora Humana:

2012 encontrado fóssil de primata que viveu há 20 milhões de anos



  Figura 1 - Pesquisadores apresentam mandíbula descoberta na África Foto: AFP

“ O fato é que o homem e o macaco têm um ancestral em comum. A determinação da espécie exata que deu origem ao homem moderno tem ocupado a atenção mundial, no campo da Paleontologia. Allan Kardec, em A Gênese, tratou do assunto nos capítulos X (Gênese Orgânica), XI (Gênese Espiritual – Princípio espiritual). ... Os humanos têm uma estrutura semelhante à dos chimpanzés e gorilas (a mesma estrutura anatômica básica e constituição genética similar), provavelmente herdadas de um ancestral que deve ter vivido há cerca de 10 milhões de anos. Sabe-se que o primata mais antigo descoberto ate o momento foi um lêmur, pequeno animalzinho que vive até hoje, na ilha de Madagascar, no entanto, seus ancestrais já estavam por aqui a cerca de 50 milhões de anos.”

Este ancestral pode ser um dos primeiros passos do Princípio Espiritual para a sua destinação como Espírito.

A importância da existência de uma mentalidade científica é a possibilidade de manter a mente humana de estar permanentemente reprocessando as novas informações e verificando se as teorias antigas continuam válidas, encontrar um fóssil mais velho em 10 milhões de anos só reforça o que já era possível prever que primatas existissem há cerca de 50 milhões de anos. Tudo indica que nossa linha de evolução espiritual passou por encarnações sucessivas em corpos de primatas.

O portal Terra publicou esta pequena nota “Paleontólogos do Museu de História Natural e do College de France apresentaram nesta segunda-feira em Paris fósseis de um primata que viveu há 20 milhões de anos. Segundo os pesquisadores, os restos do animal foram encontrados em Uganda. Os cientistas Brigitte Senut e Martin Pickford afirmam que o animal certamente vivia em árvores. Ele seria um "primo" distante da Hominidae (família que inclui o ser humano e o chimpanzé, por exemplo). O fóssil foi descoberto em 18 de julho no monte Napak.
Como se deu este caminho, como a quantidade de espíritos cresceu até chegar à população atual de encarnados e desencarnados é o objetivo deste trabalho.


Hoje temos excelente informação sobre o crescimento populacional humano nos últimos 300 anos. Existem estimativas razoáveis sobre a quantidade de humanos que nasceram na Terra o que nos permite teorizar sobre isto.



2.3 - Sete bilhões de humanos

Atingimos a marca de sete milhões de seres humanos neste planeta Terra. Mas o que queremos abordar são os 120 mil anos de Homo Sapiens Sapienses. Temos a menor taxa de crescimento populacional dos últimos 110 anos, agora estamos com uma taxa de 2,5 filhos por mulher. A população continuará a crescer até que chegue a 2,0 por mulher, quando a população estabilizará. O IBGE acredita que isto não ocorrerá até o século XXII. A esta altura deveremos ser 10 bilhões de encarnados.



Muito se fala em transição planetária , afora qualquer devaneio, isto só poderá ocorrer quando a população estacionar ou reduzir. Com a população estabilizada os recursos necessários, os meios de produção e as oportunidades começam a equilibrar, fazendo com que, pouco a pouco, as diferenças econômicas e sociais se reduzam.



Com oportunidades semelhantes, aumentará com o tempo o nível educacional e cultural, impulso necessário para a evolução conjunta da humanidade. Na forma em que vivemos hoje há progresso, mas de forma desigual e desparelha e, portanto, injusta. Apenas o mecanismo da reencarnação não é suficiente para equilibrar tamanha população em crescimento. De um lado o crescimento populacional acelera o processo reencarnatório, reduzindo o tempo na erraticidade; por outro lado, ainda continuamos com as grandes desigualdades com um contingente mal alimentado e recebendo pouco acesso à educação de cerca de 1 bilhão. O crescimento moral pelo sofrimento é possível, claro, mas é muito pouco produtivo e incompatível com a existência de um Deus soberanamente justo e bom.



2.4 - Sessenta bilhões de humanos – nossa história na superfície da Terra.

Consultando várias fontes, obtive um número médio de 60 bilhões vidas (encarnações) de hominídeos seguidos de humanos, que estiveram sobre a superfície da Terra, nos últimos quatro milhões de anos.

Outras fontes chegam a um número maior de 107 bilhões , tomaremos o número menor por segurança para nossa análise.

A fotografia abaixo demonstra em escala o salto dado na população encarnada na Terra, nos últimos 12 mil anos:




Figura 2: Salto populacional nos últimos 2000 anos em escala

Dados obtidos do estudo de Luis Queirós sobre evolução da emissão de carbono – aqui utilizado para demonstrar em escala a mudança radical pela qual a população terrestre passou.

Ao contrário do que previa Kardec, baseado nas explicações dadas pelos Espíritos, quanto mais evoluímos, nesta fase em que estamos na Terra, mais rápido reencarnaremos. Pois já somos 7 bilhões de encarnados e o estoque espiritual do planeta é limitado, como veremos.

A nossa grande incógnita é saber qual o número de desencarnados neste momento, mas seja ele qual for, é limitado pela lei de evolução. Há de ser um número bem menor que 53 bilhões, calculado através do número total de vidas ao longo de toda a existência do homem (60 bilhões), menos o número dos atualmente encarnados (7 bilhões). Porém, 53 bilhões só existiriam se encarnássemos somente uma vez. Portanto a nossa Espiritoesfera é menor do que isto.

Portanto, com o aumento da população, mais rapidamente reencarnamos. Vejo isto como algo bom porque aceleramos a evolução conjunta da humanidade.

Passado o momento que vivemos, onde espíritos atrasados naturalmente forçados a reencarnar, com este número muito maior de encarnados, tudo indica que em poucos ciclos reencarnatórios a mais no futuro teremos a possibilidade matemática de refinar o caráter de todos os humanos.

Sem recorrer a migrações de Espíritos a outros planetas, a regeneração da Terra acontecerá mesmo através da reencarnação que fará, a cada ciclo, o nosso planeta Terra um planeta melhor, que progredirá pelas leis, pelo progresso da sociedade. Esta é a verdadeira lei de Progresso.



Allan Kardec, apesar de crer nas migrações entre planetas, também previu a mudança em nosso planeta ocorreria pelo que nela fizessemos como meio de purificação e melhoria da humanidade, como pode ser visto nesta comunicação do Espírito Dr. Barry, publicada na Gênese “A Humanidade terrestre, tendo chegado a um desses períodos de crescimento, está em cheio, há quase um século, no trabalho da sua transformação, pelo que a vemos agitar-se de todos os lados, presa de uma espécie de febre e como que impelida por invisível força. Assim continuará, até que se haja outra vez estabilizado em novas bases. Quem a observar, então, achá-la-á muito mudada em seus costumes, em seu caráter, nas suas leis, em suas crenças, numa palavra: em todo o seu estado social.”



2.5 - Estudos sobre o crescimento populacional:



Teoria da Transição Demográfica – Warren Thompson:



“ A teoria arranca dos estudos iniciados pelo demógrafo americano Warren Thompson no ano de 1929 e é hoje mais vigente que nunca. Thompson observou as mudanças (ou transição) que tinham experimentado nos últimos duzentos anos as sociedades industrializadas do seu tempo com respeito às taxas de natalidade e de mortalidade. De acordo com estas observações expôs a teoria da transição demográfica segundo a qual uma sociedade pré-industrial passa, demograficamente falando, por 4 fases ou estágios antes de derivar numa sociedade plenamente pósindustrial”



“Fase 1

A natalidade se dava de forma descontrolada, porém, ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade, por fatores ligados à época: conflitos bélicos, crises, epidemias, baixas condições sanitárias básicas, e pouca higiene, também tinha índices altíssimos, resultando num acréscimo populacional muito pequeno.

Fase 2

Os índices de mortalidade iniciam uma importante descida motivada por diferentes razões: a melhoria nas condições sanitárias, a evolução da medicina, e a urbanização, aumentando a expectativa de vida, mas os índices de natalidade não acompanham essa tendência, causando um rápido crescimento populacional. Em muitos países, essa fase teve início com a revolução industrial. Hoje em dia, muitos países subdesenvolvidos vivem essa fase

Fase 3

Ocorre uma queda na taxa de natalidade devido ao acesso à métodos anticoncepcionais, e à educação (fazendo com que o planejamento familiar fique mais difundido). O resultado é um crescimento vegetativo reduzido em relação à fase 2.

Fase 4

Os índices de natalidade e mortalidade voltam a se estabilizar criando um crescimento populacional novamente pequeno.

Para uma fase 5?

Enquanto o modelo original de Transição Demográfica descrito por Warren Thompson apresenta só quatro fases, atualmente se aceita uma quinta fase, onde a mortalidade superará a natalidade, devido ao alto custo de se criar filhos (principalmente em países desenvolvidos), famílias optam por ter um número muito reduzido (entre 1 e nenhum) de filhos para manter o padrão de vida. Esse efeito é muito temido por analistas, e já está iniciado em países como a Alemanha ou Itália pois com crescimento populacional negativo, a população terá num futuro próximo, mais idosos do que jovens, o que pode acarretar num rombo para a previdência dos países na quinta fase.”

Nesta fase 5, que será bem próxima, algo como 150 ou 200 anos no futuro, as condições planetárias ficarão estáveis, permitindo condições melhor de vida e de aproveitamento da reencarnação.





2.6 - Explicação segundo a lei de reencarnação:



2.6.1 - Hipótese fechada – sem transmigração de espíritos de outros planetas.

Como explicar, através da lei de reencarnação, a multiplicação da população da Terra em seis vezes, em apenas 250 anos? Em 1750 éramos, apenas, pouco mais de 1 bilhão de habitantes no planeta; hoje ultrapassamos os 7 bilhões. Mas de onde vieram todos estes Espíritos? Quantas encarnações cada um deles teve como humano? Como referência, no ano Zero da era Cristã, a população mundial era de 250 milhões de habitantes, levamos 1500 anos para dobrar este número e chegar aos 500 milhões em 1500, ano do descobrimento do Brasil. De lá até o referido ano de 1750 – mais 350 anos – e, após a conquista da América e a ocupação da Austrália pelos europeus, a população mundial chegou a 1 bilhão.

Se fosse somente este o salto populacional da humanidade não seria tão complicado de imaginar os ciclos reencarnatórios, pois teríamos a nosso favor cerca de 4 milhões de anos desde que nos diferenciamos de nosso elo perdido, passando pelos diversos hominídeos e chegando ao Homo Sapiens, há cerca de 250 milhões de anos. Portanto, nesse tempo saímos de um pequeno grupo de cerca de 50 espécimes, que se diferenciaram e, a partir daí, pelo acúmulo de vantagens competitivas. Os novos Espíritos que se agregavam aos humanos iam sendo absorvidos d os outros hominídeos que coexistiam com o Homo Sapiens como os Homo Eréctos e o Homo de Niendertal encarnando na população humana em formação. Mas como chegamos aos 7 bilhões, sem contar um número muito difícil de estimar de desencarnados? A conta não parece fechar

O contraponto aqui é que não existiam 7 bilhões de primatas na Terra, ou seja, durante todo este período, necessariamente, princípios espirituais encarnaram pela primeira vez como hominídeos e, finalmente, como humanos. Estes foram os responsáveis pela criação de nossa Espiritoesfera Terrestre.

Esta questão é importante, pois pode explicar porque seguimos convivendo de um lado com um certo progresso social, mas porque pontualmente vemos ações individuais que beiram a barbárie. Acredito que estejamos ‘raspando’ o umbral, dando oportunidade de reencarnação àqueles que possivelmente não puderam reencarnar tanto anteriormente, mas que pela explosão demográfica estão podendo reencarnar neste momento.

A grande vantagem que um avanço social proporciona a estas pessoas é a oportunidade de reencarnar em patamares de educação melhores, numa sociedade que busca a valorização do homem, ainda que com muitas dificuldades, causadas pelas desigualdades socias. Mas o fato de existirem telecomunicações, educação básica para muitos, o domínio da escrita, da leitura e da tecnologia acelera o crescimento individual. Estamos todos à caminho da luz, de uma forma ou de outra.

Vejam a curva que podemos traçar do desenvolvimento humano:



Figura 3 – Cálculo de número médio de encarnações

Esta curva, nos permite calcular uma média de 685 encarnações por espírito ( 60.000.000/ 87.500 = 685). Mas não sabemos como foi este incremento, por quanto tempo princípios espirituais se transformaram em humanos ou mesmo se ainda, nos dias de hoje esta promoção continua existindo.

No entanto, conforme pode ser visto na figura 2, o grande salto de desenvolvimento humano, acontece em todas as áreas de conhecimento. Nos últimos 2000 anos, período em que já havíamos desenvolvido a agricultura, a escrita, as principais religiões e a ciência, onde não existe o menor espaço para especulações de que culturas extraterrestres – ainda que espirituais estejam presentes. O que ocorreu foi que o excedente de riqueza gerado foi capaz de sustentar uma população maior, veja Teoria da Transição Demográfica, fase 2. Necessariamente os espírtos habitantes de nossa orbe foram forçados pela oportunidade a reencarnar mais e mais rápido, aumentando assim o progresso geral.



2.6.2 - Hipótese extraterrestre para explicar os saltos de conhecimento da humanidade:

Existe, é claro, a hipótese defendida por Emmanuel em A Caminho da Luz de que muitos espíritos tenham emigrado da constelação de Capela (estrela dupla). Não sou favorável a ela, pois não é possível observar saltos na evolução humana que não tenham explicações muito mais simples – a hipótese da emigração traz este componente de missão que não passa pelo meu senso crítico. É perfeitamente defensável a evolução humana através de coisas simples como o domínio do fogo, do artesanato, da agricultura; depois da pecuária, da escrita cuneiforme, da escrita moderna e outros tantos que podem muito bem ser entendidos passo a passo sem intervenções drásticas do ‘Alto’. O desenvolvimento do corpo físico, sem dúvida, é resultado dos mecanismos de adaptação ao meio – mais conhecido como “evolução natural das espécies” – assim, somos o produto de nossa história aqui na Terra.

Sugiro a leitura do trabalho - Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra - de minha autoria, ver referência bibliográfica, no mesmo apresentamos uma profunda análise que demonstra não existir evidências da presença de migrações em massa capaz de provocar mudanças radicais na cultura ou mesmo no desenvolvimento humano.





3. Conclusões:

Apresento uma série de hipóteses que penso serem razoáveis para se ajustarem ao modelo de crescimento populacional terrestre.

1 – Migração de várias espécies proto-humanas para os corpos mais bem sucedidos.( desde 20 milhões de anos, sendo que ocorrerá em massa nos último período de 4 a 2 milhões de anos)

2 – No início, como não havia muita diferença entre um australopiteco e um antepassado do chimpanzé as migrações entre estas espícies era muito frequente.( Faixa de 4 a 2 milhões de anos)

3 – Ao longo dos últimos 4 milhões de anos, onde várias espécies de homenídeos conviveram, a evolução foi lenta porque os períodos entre encarnações tiveram que ser muito longos ( contrário do proposto pelos espíritos à Allan Kardec), pois havia necessidade de absorver os Principios Espirituais que buscavam encarnar, pela lei de progresso na raça mais bem sucedida e que formariam o estoque espiritual terrestre.

4 – Com o aumento populacional a taxa de reencarnação aumentou, por que após um período longo, após o surgimento do Gênero homo, o salto evolutivo entre outros primatas e os homo se torna enorme, com o início de organização do mundo espiritual, obstáculos maiores à encarnação de princípios espirituais devem ter sido impostos pelos Espíritos já organizados no mundo dos Espíritos, limitando este acesso ao genero homo a taxas mínimas. À partir deste momento começam realmente as oportunidades de desenvolvimento do espírito.

5 – Foi necessário 3,75 milhões de anos para que o homo sapiens se desenvolvesse e absorvesse uma população espirtual na orbe um número de Espíritos entre 7 bilhões e 60 bilhões de espíritos.

6 – nos últimos 10 mil anos a população multiplicou 116 vezes, como nenhum espírito alegou em qualquer comunicação que o aumento se deu pela migração de Espíritos de outros planetas, salvo a hipótese dos Exilados de Capela que vieram, segundo Emmanuel, para melhorar os caracteres da raça humana sem, no entanto, qualquer comprovação científica – a exemplo da frase citada - “ a moderna genéticanão poderia fixar, como hoje, as expressões dos “genes”, portanto no laboratório das forças invisíveis, as células ainda sofriam longos processos de acrisolamento, imprimindo-se-lhes elementos de astralidade”.

Não podemos aceitar esta possibilidade pois para explicar o salto populacional ao invés de “alguns milhões de espíritos” como se refere Emmanuel seriam necessários nada menos que bilhões de espíritos.

7- O aumento populacional e como consequência o aumento na taxa de reencarnação é o grande responsável pelo progresso da humanidade. Os motores deste progresso são hoje bem conhecidos, ver Transição Demográfica, fase 2.

8 – O aumento do número de espíritos na orbe terrestre se explica pelos itens de 1 a 5.



4 - Bibliografia:



1 -Somos 7 Bilhões – coluna de Celso Ming – Jornal A Tribuna - Santos

- http://www.prb.org/

2 - www.google.com.br; www.bing.com.br ; http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritismo

3 - LEAKEY, RICHARD; A origem da espécie humana, Rio de Janeiro, tradução Alexandre Tort, Rocco, 1995. 159p. 
4 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_populacional#Previs.C3.B5es_sobre_a_popula.C3.A7.C3.A3o_mundial_futura
5 - http://poscarbono.blogspot.com.br/2012/02/ainda-o-crescimento-populacional.html - Transição - reflexões sobre o modelo de transição para a era poscarbono – Luis Queirós.

6 - O Ser Humano e a Evolução – Alexandre Cardia Machado VSBPE , Cajamar SP -1996
http://icksantos.blogspot.com/2011/12/o-ser-humano-e-evolucao-uma-analise-pre.html


7 - 7 bilhões de humanos – Alexandre Cardia Machado, Abrindo a Mente: Jornal ABERTURA Novembro de 2011
http://icksantos.blogspot.com/2012/03/abrindo-mente-7-bilhoes-de-humanos.html



8 - 60 Bilhões de humanos – Alexandre Cardia Machado , Abrindo a mente – Jornal ABERTURA - Julho de 2011

9- A Caminho da Luz – Emmanuel psicografado por Francisco Xavier

10 - Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra – Alexandre Cardia Machado IX SBPE – Santos SP – 2007

11- A Evolução do Princípio Espiritual do átomo ao Espírito Superior - Uma releitura da Codificação – Alexandre Cardia Machado X SBPE – Santos SP – 2009

12 - Transição Planetária – Psicografada por Divaldo Pereira Franco – Espírito Manoel Philomeno de Miranda

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sábado, 22 de setembro de 2012

Jornal ABERTURA "on line" - excepcionalmente face a greve dos correios

Caros assinantes do Jornal ABERTURA, excepcionalmente estamos publicando no blog o jornal ABERTURA de Setembro de 2012, número 281, ano XXVII, em face da greve dos Correios. Os exemplares de assinantes foram entregues ontem, dia 20 de Setembro na agência dos Correios, é possível que experimentemos algum atraso em função da greve parcial do mesmo. Por esta razão, sensíveis aos nossos leitores o estamos apresentando na íntegra aqui.

Aos internautas que gostarem da leitura e se interessarem por assinar o jornal e recebê-lo comodamente em sua residência, podem deixar um comentário aqui mesmo com seus dados, nome, endereço e email.

A assinatura anual ( 11 exemplares) representa um investimento de R$ 45,00.

Se preferirem podem enviar um email para ickardecista1@terra.com.br, venha participar da família ABERTURA!

Capa: Para visualizar melhor, basta clicar na foto.


Página 2 - Coluna ciência da Alma - homenagem póstuma a Jaci Régis espaço destinado à divulgação de seu pensamento progressista.


Página 3 - Editoriais - Mensalão - Primeiras condenações animam população brasileira e Jogos Paralímpicos

Página 4 - XXI Congresso Espírita Pan-americano cobertura completa.


Página 5 - Continuação da cobertura e participação do ICKS.

Página 6 - colunas de Carolina Régis & Reinaldo di Luccia e Milton Medran

Página 7 - Revista Espírita por Egydio Régis, Cartas Abertas e Brincando com Kadu de Cláudia Régis Machado - lembrando que o resultado das brinadeiras pode ser encontrado no blog do ICKS.

Página 8 - O Abismo entre ricos e pobres por Roberto Rufo e os Classificados com nossos patrocinadores, Lopestur - Viagens e Turismo, Ganev - corretora de seguros, Homeopatia - Dr. josé Nilson Nunes Freire , Oswaldo Ótica e Evolução - Contabilidade e Gestão Empresarial

Degustem a vontade o nosso ABERTURA - um jornal de Cultura Espírita, livre pensador e laico.

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25 anos do Jornal Abertura nas palavras de seus leitores


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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Justiça em xeque – STF e o mensalão

Iniciado o julgamento, proferida a acusação, seguem os advogados de defesa no seu processo de negar o inegável, defender o indefensável, mas nas palavras do Senador gaúcho Pedro Simão, “seja ladrão de galinha, ou senador, (o responsável) responderá por seus atos”. Para Simon, o julgamento do mensalão “é o momento mais importante da história do Supremo Tribunal Federal e, ao fim do processo a Justiça triunfará sobre a maré da indecência”. Gostaríamos de ter esta certeza.



                                                 Foto extraída do site: www.terra.com.br


O que consideramos o mais importante é mesmo o fato de que 38 personalidades de vários escalões do Governo e iniciativa privada serão julgadas por pretensos crimes praticados contra o bem público ou, em outras palavras, contra a população brasileira. Por se considerarem inatingíveis essas pessoas usaram os corredores do Palácio do Planalto e do Congresso para lançar mão de verbas que tinham destinação diferente, e as desviaram para ‘caixas dois’ de partidos e contas no exterior. Foram notas em malas, na cueca e tantas outras formas que não nos cabe aqui repetir.

Como espíritas acreditamos na lei do progresso, no caminhar da humanidade na direção de um mundo melhor para se viver, mas acreditamos também que além do tribunal da consciência, a vida em sociedade nos obriga a agir com dignidade e buscar sempre o bem comum. Neste sentido, o clamor pela justiça humana se faz necessário.

Está aceso o alerta aos políticos, pois em tempos de “big brother”, quando há mais de 150 milhões de celulares – com suas respectivas câmeras fotográficas e gravadores eletrônicos – nas mãos da população, eles não terão vida fácil e, de agora em diante, esta população estará mais atenta. Além disso, hoje existem muitos canais para denúncias e a Polícia Federal tem demonstrado que pode fazer a diferença, o que nos leva a pensar que, quer pela compreensão, quer pela pressão, as coisas mudarão para melhor.

A corrupção não acabará de um dia para o outro, pois por debaixo dela está uma vontade rasa de “se dar bem” de indivíduos e grupos que ainda não chegaram a um grau de evolução para perceber que o mal corrói a alma e traz consigo presenças espirituais negativas, enquanto que o bem é reconfortante e nos traz bem-estar permanente.

Mas o Brasil precisa ter medidas corretivas fortes. Para realmente mudar temos que investir em educação, em bons exemplos e em punição àqueles que não respeitam a sociedade.

Editorial do Jornal ABERTURA- Agosto 2012

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CORRUPÇÃO: EPIDEMIA OU “SOBREVIVÊNCIA POLÍTICA” - por Roberto Rufo


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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Curiosidade – um dos motores que movem a humanidade



Foto Nasa - Satélite Mars Reconnaissance Orbiter registra a chegada da sonda em Marte


Esta semana, após oito meses viajando no espaço, depois de percorrer a distância de 556 milhões de quilômetros, e após passar pelo processo de entrada na atmosfera marciana a uma velocidade de 21 mil km/h – com uso de escudo protetor, paraquedas e, finalmente, foguetes desenvolvidos para parar no ar e liberar o veículo robô – pousou com absoluto sucesso a nave robô em uma cratera, na busca de uma evidência de vida bacteriana, em Marte.

A nova sonda enviada à Marte pela NASA, que na realidade trata-se de um veículo de uma tonelada, teleguiado, extremamente sofisticado, equipado com uma estação de monitoramento ambiental (REMS), desenvolvido e montado na Espanha, medirá a temperatura do solo e ar, pressão, umidade e radiação ultravioleta, e conta também com uma antena que facilitará o envio de dados e colocará o explorador diretamente em contato com a Terra.

O Robô chama-se Curiosity, ‘curiosidade’ em português. O nome não podia ser mais adequado, pois representa uma das molas propulsoras da humanidade. Orçado em 2,5 bilhões de dólares, tem como maior responsabilidade nos ajudar a conhecer o passado semelhante que Marte e o planeta Terra tiveram em comum e, como prêmio de loteria, nos traz a possibilidade de encontrar evidências de vida fora da Terra.

A pluralidade dos mundos habitados, um dos pilares do Espiritismo é, sem dúvida, o que mais precisa de evidências comprováveis. É lógico pensar que num universo tão grande não apenas a Terra possua vida. A vida, acredita-se, pode se formar em locais onde exista a presença de água. As sondas robôs enviadas previamente já encontraram evidências de minerais que só podem ser produzidos na presença de água, o que nos leva a crer que, em algum momento no passado, Marte tenha tido condições de aparecimento de vida.

É possível que estas condições ainda existam sob a superfície e é este um dos alvos da expedição.

Se descobrirmos que não estamos sós no universo, creio que esta constatação possa ser um motivo a mais para buscarmos uma integração melhor dos humanos, uma compreensão de que a vida inteligente é rara e de que não podemos desperdiçar a oportunidade especial de aqui estarmos como espíritos imortais, vivendo e criando estes equipamentos delicados e mandá-los tão longe, na busca de conhecimento. Que também sirva de estímulo a governos e governantes para que empreguem verbas semelhantes para o desenvolvimento do saber entre nós.

Por Alexandre Cardia Machado

Nota: Editorial de Agosto 2012 - Jornal ABERTURA

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Reencarnação e o desenvolvimento do homem

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Abrindo a mente - A pluralidade dos mundos habitados e o critério de falseabilidade por Alexandre Cardia Machado

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Abrindo a mente:60 bilhões de humanos – nossa história. Por Alexandre Cardia Machado

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O Ser Humano e a Evolução- - Uma análise pré-histórica

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Abrindo a Mente - 7 bilhões de humanos – estaríamos ‘raspando’ o umbral? Por Alexandre Machado

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

XXI Congresso Espírita Pan-americano: Santos se torna a capital do Espiritismo por cinco dias

Uma característica marcante durante todo o transcorrer do XXI Congresso Espírita Pan-americano foi a perfeição de organização, a alegria da Comissão Organizadora e de Apoio, as apresentações artísticas por parte de grupos de música e de teatro santistas além, claro, de palestras de alto nível.




Ademar Arthur Chioro dos Reis, presidente da comissão organizadora do evento, e sua equipe conseguiram o apoio importantíssimo da Prefeitura de Santos, da Universidade Santa Cecília, do Santos e Região Convention & Visitors Bureau, e de patrocinadores locais anônimos. Ocorreram Mesas Redondas com os assuntos explorando as diversas facetas do tema central: “Perspectivas contemporâneas da Teoria Espírita da Reencarnação”. Fóruns de Temas livres, predominantemente sobre a Reencarnação, agigantaram na parte doutrinária do evento.



O Congresso interagiu com a cidade ao fazer uma caminhada de dois quilômetros e meio pela orla de praia, até a praça Allan Kardec, que foi reformada pela Prefeitura como um pedido especial da organização do congresso e inaugurada exatamente no dia 7 de setembro, data máxima do Brasil. No dia 8, à noite, um Jantar Dançante no Clube dos Ingleses reuniu mais uma vez os congressistas.



O encontro contou com 38 trabalhos inscritos por iniciativa própria dos autores, que foram apresentados durante cinco sessões, onde até oito trabalhos eram apresentados simultaneamente. E havia trabalhos para todos os gostos.




O Congresso foi bastante rico e contou ainda com exposições em painéis, vendas de livros e artesanato produzidos por voluntárias de casas espíritas organizadoras do evento, além da merecida homenagem especial a dois eminentes espíritas santistas: Jaci Régis e José Rodrigues.



Santos foi a capital espírita por cinco intensos dias, num Congresso que, em resumo, foi um sucesso absoluto.

RESPOSTA:  Coluna  BRINCANDO COM KADU

 Jornal ABERTURA  julho/2012        


1.Jon Aizpurua 2. Obras Póstumas 3. Caibar Shutel 4. Erraticidade 5. Richet 6. Obsediado 7.Desobsessão
8. Regredir 9. Imortal 10. Gustavo Geley 11.Universo 12.Emancipação 13. Solidariedade.

Nome Formado: JOSÉ RODRIGUES

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

TRABALHO ESCRAVO E A RIO+20 = DOIS BRASIS

TRABALHO ESCRAVO E A RIO+20 = DOIS BRASIS




Roberto Rufo

"O Brasil é aquele país que a cada 15 anos esquece o que aconteceu nos últimos 15 anos". (Ivan Lessa - Jornalista e Escritor)



"O Brasil deveria ser compensado por reduzir o desmate". (Pavan Sukhdev - Especialista em Economia Verde e Ecomonista do Deutesche Bank)


"Há duas espécies de progresso que se prestam mútuo apoio e que, todavia, não marcham lado a lado: o progresso intelectual e o progresso moral". (Allan Kardec - Lei do Progresso)




Acaba de ser publicado o "Atlas do Trabalho Escravo no Brasil", elaborado por geógrafos da UNESP e da USP. Os números são impressionantes: de 1995 a 2008, último ano pesquisado, 42 mil brasileiros foram libertados da escravidão pela CPT (Comissão Pastoral da Terra). Decorridos 124 anos desde a Abolição da Escravatura, em alguns lugares do Brasil. o "barracão" substituiu a senzala.


A escravidão contemporânea é mais comum em regiões remotas do País, mas é mais abrangente do que se pensa: das 27 unidades federativas do Brasil, apenas em 05 não foram encontrados trabalhadores mantidos como escravos. Para a nossa esperança e tranquilidade, hoje existe muito mais consciência por parte dos trabalhadores quanto aos seus direitos. Os barrageiros (que trabalham em hidrelétricas) são um exemplo dessa consciência, a se destacar também que muitas empresas (a maioria) também se modernizaram e hoje são as primeiras a exigir o cumprimento das leis trabalhistas. Outro grande avanço foi a aprovação pela Câmara dos Deputados da “Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438”, que prevê a expropriação de imóveis rurais e urbanos nos quais se comprovar a existência de trabalho escravo.


Como se vê não é tarefa fácil colocar um País do porte do Brasil no rumo da modernidade. A mudança de mentalidade e de caráter das pessoas que não têm respeito pelo próximo exige uma vigilância contínua. O Espiritismo, através de Allan Kardec e dos Espíritos que com ele trabalharam, tem uma posição muito bem definida sobre esse tema. Convém relembrarmos:

- Pergunta 830 de “O Livro dos Espíritos”: “Quando a escravidão está nos costumes de um povo, os que dela se aproveitam são repreensíveis, visto que não fazem senão se conformar a um uso que lhes parece natural”?

- Resposta dos Espíritos: “O mal é sempre o mal , e todos os vossos sofismas não farão com que uma ação má se torne boa”.


Mudando de assunto, tivemos neste mês de Junho/2012 a "A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável”, a Rio+20, onde moradores do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, mostram o que aprenderam sobre a técnica de baixo custo para obter e conservar água potável (cisternas). O Brasil, em se tratando de meio ambiente, é sem dúvida um dos países mais importantes no que se convencionou chamar de biodiversidade e recursos naturais. O governo sabe disso e cedeu até aviões para que alguns países pobres tenham condição de participar do evento. O Brasil transportará delegações de dez nações da África e do Caribe.


Muito interessante, e motivo de orgulho para nós, a declaração do economista do Deutsche Bank e um dos maiores especialistas em economia verde, o indiano Pavan Sukhdev, de que o Brasil deveria ser compensado por reduzir o desmate. Em suas premissas ele declara que mesmo que o mundo desenvolvido fizer tudo certo, ainda assim teremos uma catástrofe global, porque os países desenvolvidos estão consumindo muito. Não podemos seguir esse modelo, argumenta o cientista ambiental.


Retorno ao tema do desmatamento para, mais uma vez, ressaltar a posição de Pavan Sukhdev, de que o Brasil por estar reduzindo esse desmatamento deveria ser recompensado em escala global. Isso porque as florestas na Amazônia, no Congo e na Indonésia são verdadeiras fábricas de chuvas. Sem essa água, segundo cientista, não há agricultura e, portanto, não há alimento. Então é fundamental que o Brasil insista em algum suporte financeiro para gerenciar essa “fábrica”.


Mais uma vez percebe-se que não é simples colocar um País no rumo da modernidade. Em se tratando de meio ambiente, a ganância e o egoísmo falam alto. A crueldade contra a natureza parece não ter limites. Tem muito chão pela frente. Se der tempo, é claro. O Espiritismo, no Livro dos Espíritos, na sua Lei de Destruição esclarece a nossa posição sobre esse tema. Convém relembrarmos:

- Pergunta 752: “Pode-se atribuir o sentimento de crueldade ao instinto de destruição”?

- Resposta dos Espíritos: “É o instinto de destruição no que tem de pior, porque se a destruição, algumas vezes, é necessária, a crueldade não é jamais. Ela é sempre o resultado de uma natureza má”.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Republicado no Abertura - Outubro de 2011

 

Caminhando com Kardec


Jaci Regis


Quando convivemos durante sessenta anos com uma idéia, passamos a ter certa intimidade com seu autor.

É o que aconteceu comigo.

Quando, aos quinze anos, comecei efetivamente a militar no movimento espírita, tive a sorte de ser orientado por pessoas que, não obstante com forte pendor evangélico, jamais traíram a importância de Kardec.

Já estávamos em plena era Chico-Emmanuel e o valor da palavra do ex-Manuel da Nóbrega e seu médium estava acima de qualquer suspeita e vinha ao encontro dos corações que não suportam não ter uma religião.

E Emmanuel fez, mais do que ninguém, o papel decisivo na implantação do lema Deus, Cristo e Caridade, lançado pelo “anjo” Ismael.

Comecei aceitando que ele era o “codificador”. Mas conforme andamos juntos, percebi que era uma injustiça coloca-lo na posição de mero colecionador e ordenador de idéias, sem participar fundamente na elaboração delas.

O acesso à Revista Espírita me deu mais proximidade com o trabalho dele. Ali temos uma idéia de como ele desenvolveu a doutrina e ficou mais clara sua personalidade.

O professor Rivail foi determinado, mas positivamente influenciado pela cultura de seu tempo.

Embora afirmasse a ascendência do ensino dos Espíritos, eclipsando-se, compreendi o quanto de estratégia essa afirmativa continha. Ele sofreu ataques de dentro e de fora do movimento.

A ascensão do discreto professor ao pálido das celebridades moveu ciúmes e ataques gratuitos e não tão gratuitos. A Igreja, os cientistas, os espiritualista, os ateus e materialista se uniram para ironizar sua pretensão de mudar o panorama psicológico, social e humano da sociedade.

Ele resistiu quanto pode.

Após o lançamento e consolidação do Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, teve três anos para meditar e refletir sobre os rumos que queria dar ao Espiritismo.

Seja porque seja, decidiu entrar no perigoso caminho da análise dos livros sagrados do cristianismo, tomados como fonte da verdade e "palavra de Deus”, tentando encontrar sustentação para as teses espíritas nas tradições cristãs.

Ele ansiava por um Espiritismo capaz de modificar as criaturas e a sociedade.

Humanista percebeu que se o conjunto básico do pensamento espírita que ele elaborou, nessa espetacular e inédita parceria com os “mortos”, fosse aceito, abriria as portas de uma nova mentalidade e atuação nas relações humanas.

Sua previsão da vitória espetacular do Espiritismo no século vinte foi conseqüência de seu idealismo e exame da realidade de seu tempo.

Acreditou que “os Espíritos” constituíam uma plêiade de sábios ocultos, com mandato divino para ensinar a verdade e liderar o progresso humano.

Passei a ver nele o homem maduro e decidido extremamente só. Sua solidão é patente no esforço hercúleo que realizou com mais de vinte volumes, escritos a bico de pena e projetando sua mente fertilizada pelo raciocínio lógico e reflexão positiva, num labor diário por mais de catorze anos.

Foi o trabalho de sua vida e a lê se entregou totalmente.

Vemos claramente a influência das idéias de seu tempo. Mas, prudente e previdente, não se jactou em profeta ou em missionário divino. Fez-se, o que realmente era, um homem dotado de bom senso, eficaz, estudioso, culto.

Por isso deixou aberto o caminho da renovação, da constante e cuidadosa evolução das idéias.

Passei a ver nele o que ele é, o fundador do Espiritismo.

Deixei, com ele, de crer nas revelações, que para ele era apenas o andamento natural do processo evolutivo.

Consegui, seguindo além de suas palavras, mas entendendo, penso eu, o dinamismo de seu pensamento, que a estrutura do cristianismo é falsa e incapaz de explicar minimamente o complexo e ao mesmo tempo simples, dinamismo vivencial.

O tempo se encarregou de mostrar um rumo diferente, apresentando o progresso científico, as mudanças sociais como obras do homem mas na visão kardecista, fruto da aliança entre encarnados e desencarnados, com suas falhas e vitórias. Mas a fluir sem fenômenos extraordinários. Pois extraordinária é a vida em si mesma.

Hoje, sessenta anos depois, caminhando ao lado do mestre, posso acrescentar idéias sobre as idéias deles, modernizando linguagem, reescrevendo caminhos. Sem feri-lo, sem desmerecê-lo.

Faço isso, porque andando ao seu lado, percebi que não o idolatrava, nem o santificava, mas admirei, cada vez mais sua humanidade, seu talento e sua decisiva participação na minha vida.

Caminho com ele há mais de sessenta anos e agradeço a ele, o que de bom descobrir em mim e a fé que posso ter no futuro da humanidade.

Por isso, atualizo seus pensamentos, torno-os meus e ando ao seu lado, porque a Doutrina Kardecista superará os desafios enquanto for livre para pensar, refletir, mudar e crescer, como ele queria.