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domingo, 20 de agosto de 2017

A Lição Trump - por Alexandre Cardia Machado

A lição Trump
Até alguns meses atrás costumávamos pensar que países mais desenvolvidos tivessem instituições tradicionais, regras mais estáveis e, que grandes variações em suas políticas internas, ou externas, não ocorressem facilmente. Isto seria coisa de democracias mais recentes, como as do terceiro mundo.
Parece que o novo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, quer mudar esta história, esta tradição. Trump, apoiado em uma proposta extremamente nacionalista que o levou ao poder, vai testar os limites das relações internacionais. Demonstra estar disposto a implantar, e rapidamente, sua plataforma de campanha.

Trump acredita que possa desfazer as engrenagens da globalização, sendo o mais curioso nisso tudo, que justamente os EUA eram, até o momento, seus maiores impulsionadores.

Será possível que ele obtenha o sucesso pretendido? Acreditamos que não, mas que essas ações gerarão conflitos comerciais, atritos em áreas que estavam estabilizadas e uma grande inquietação no mundo todo, não há dúvidas.

Até a que ponto isto irá afetar cada um de nós? Muito difícil prever, mas acende ainda mais o alarme de que o nosso voto é um bem importante e de maior valor em uma democracia. Trump foi eleito, não pela maioria dos eleitores, pois o processo americano não é baseado no voto direto, mas assim mesmo legitimado pela constituição americana e praticado há mais de 200 anos. Portanto, nunca pensem que seu voto não vale nada, pois vale sim. Se não votarmos no que nos parece o melhor, ou o que menos problemas poderá gerar, um pior ainda será eleito.

Desde a definição de sua vitória as reações já começaram a acontecer, passeatas, movimento à favor da mulher e outros, nos EUA, mas logo após a sua posse,  Trump demonstra que vai mesmo fazer o possível para que sua plataforma seja implementada e rapidamente. Acabando com a ilusão de alguns, de que muito de sua campanha era apenas retórica.

O certo é que os EUA serão uma pedra no sapato, para todos os países, nos próximos 4 anos. Nada que já não sejam hoje a China ou a Rússia. A diferença é que os EUA possui a maior máquina de guerra do planeta. Se olharmos para a história, veremos que este detalhe é um trunfo importante. O Presidente J.W. Bush desafiou o mundo todo, o Conselho de Segurança da ONU e invadiu o Iraque, sabemos bem que se os EUA decidirem agir, nada os pode impedir.

O Espiritismo propõe a existência de um mundo aberto, onde o direito à liberdade seja uma premissa central, consideramos como uma lei Natural. Claro que não há liberdade plena em lugar algum, outro que não seja em pensamento. Temos países, fronteiras, cercas, regras, religiões e sistemas políticos que nos impingem barreiras.

As Trincheiras de Trump:
·         Não à imigração clandestina ou indesejada:
o   Determinou o início da construção do muro entre os EUA e o México, quer que o México pague a conta;
·         Empregos para os americanos:
o   Pressiona a Ford a não construir uma nova fábrica de motores no México, ameaçando sobretaxar estes motores em 60% na importação aos EUA;
·         Alianças estratégicas em cheque:
o   Assinou uma “Executive Order -EO” ( Uma espécie de Medida Provisória) cancelando a Aliança de Livre-comérico do Pacífico;
·         Não será o Xerife do planeta de graça:
o   Trump espera que países aliados invistam mais em defesa, aliviando a conta paga hoje pelos EUA;
·         Não receber muçulmanos refugiados:
o   No dia 27 de Janeiro, Trump assinou uma “Executive Order”, proibindo a entrada de cidadãos provenientes de 7 países árabes ( Síria, Iêmen, Sudão, Somália, Iraque, irã e Líbia) por 90 dias. Vários juízes Federais emitiram efeito suspensivo em alguns aspectos do EO. Esta iniciativa levou várias lideranças políticas mundias a reagir, pois não existe uma justificativa diplomática para exclusão de pessoas, apenas por terem nascido em um determinado país.

Estas ações lembram países ditatoriais, não de uma páis que se auto denomina – líder do mundo livre.
Entramos em um novo capítulo de nossa história contemporânea, só o tempo dirá como sairemos da era Trump. Pelo menos em um país como os EUA, o juduciário é livre e as ações do presidente podem ser barradas no Congresso, que mesmo tendo maioria Republicana, partido do presidente, pode contestar alguns de seus atos, pois comprometem ideais democráticos e republicanos do país.

Artigo publicado no Jornal Abertura em Janeiro/Fevereiro de 2017.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Rolezinho - por Gisela Régis

ROLEZINHO....A reportagem "Eu não quero ir no seu shopping" (Veja - 22 de janeiro") suscitou comentário de um leitor que achei muito pertinente e o qual reproduzo aqui: "A reportagem me chamou a atenção por revelar detalhes que vão além do preconceito ou da desigualdade social, como pregam os simpatizantes de causas sociais. Por trás de cada rolezinho estão pais sem autoridade, que abrem mão de seus pequenos salários, conquistados com trabalho árduo e dignidade, para alimentar os desejos consumistas de seus filhos, jovens que creem cegamente que roupas e acessórios absurdamente caros ditam o caráter e os valores de um individuo. São pais que não sabem dizer não e que, por inúmeros motivos, não conseguiram ensinar valores como respeito e dignidade a seus filhos. Os rolezinhos servem para esfregar na cara da sociedade que a defasagem da educação no Brasil não somente é um mal que acomete as escolas como denuncia que elas devem ser repensadas desde o nascimento pelos pais. Infelizmente a sociedade e o governo populista que só quer angariar votos enxergam no fenômeno somente o preconceito e a desigualdade social, fazendo a maioria pensar que a culpa de os rolezinhos existirem é da suposta classe média consumista e ostentadora que trabalha para sustentar os governantes e seus projetos pseudossociais." - Stefanie Veras de Oliveira

LIVRO DOS ESPIRITOS - Da Lei do Progresso - capitulo VIII
Pergunta 785. Qual o maior obstáculo ao progresso?
"O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre. A primeira vista, parece mesmo que o progresso  intelectual reduplica a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição  e o gosto das riquezas....Curta, porem, é a duração desse estado de coisas, que mudará a proporção que o homem compreender melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona uma felicidade existe maior e infinitamente mais duradoura."
E você? qual a sua opinião sobre esse assunto?

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Opinião em Tópicos: Justiça não é vingança - Milton Medran Moreira

Justiça não é vingança



Em tempos de discussão sobre a redução da maioridade penal, chamou atenção depoimento com o título acima, publicado na Folha de São Paulo (28/4). Sua autora: a jornalista Luiza Pastor, 56. Ela foi estuprada quando tinha 19 anos por um menor com alentada folha policial que já fora detido várias vezes por fatos semelhantes. Levada por terceiros à delegacia, reconheceu o garoto delinquente, identificado como PS, e conheceu sua história: filho de uma prostituta, era criado pela avó, evangélica,“que tentara salvar-lhe a alma à custa de muitas surras”. A conversa que ouviu dos policiais foi de que não adiantava mantê-lo preso, coisa que, aliás, não fora pedida por ela. “Esse é dos tais que a gente prende e o juiz solta”, disseram, acrescentando: “O melhor mesmo é deixar ele escapar e mandar logo um tiro”. Não concordando com a solução, Luiza foi chamada de covarde e ainda teve de ouvir: “Se está com pena dele, vai ver que gostou!”.

Um destino implacável


Traumatiza com o fato, Luiza foi embora do país. Retornou depois de muitos anos. Agora, sempre que ouve falar em redução da maioridade penal recorda a história de PS, de quem nunca mais soube. Renova, então, a crença de que se o Estado não investir fortemente em educação dirigida a milhares de jovens em idênticas condições daquele, “teremos criminosos cada vez mais cruéis, formados e pós-graduados nas cadeias e ‘febens’ da vida”.

Se PS ainda vivesse, teria uns 50 anos, hoje. Mas, é quase certo que não vive mais. No Brasil, dificilmente alguém com seu perfil passa dos 30 anos. Morre antes, por doenças contraídas na cadeia, quando não abatido pela polícia ou em disputa com outros delinquentes.

A teoria e a prática


Teórica e tecnicamente, a redução da maioridade penal seria defensável. Um garoto de 15, 16 ou 17 anos, hoje, tem plena capacidade de entender o caráter criminoso de seus atos. Mas, na prática, de nada vai adiantar encarcerá-lo e submetê-lo às péssimas condições de nossos presídios, onde inevitavelmente se fará refém de bandos de experientes criminosos que comandam o ambiente prisional e coordenam, além de seus muros, a violência da qual todo o país se tornou igualmente refém. Sem qualquer possibilidade de aquisição de valores positivos que só o trabalho e a educação, desenvolvidos em ambiente minimante humanizado, poderiam lhes oferecer, esses garotos, que nem lar tiveram, simplesmente não têm chance de recuperação. A sociedade e o sistema os fizeram irrecuperáveis. E pena que não recupera é inócua. É vingança que nega a justiça.

Criminalidade e reencarnação


Numa concepção imediatista e materialista, a solução de “mandar logo um tiro”, sugerida pelo policial, poderia se justificar. À luz de um humanismo espiritualista, entretanto, estamos todos comprometidos uns com os outros. Criminalidade é doença da alma. E é contagiosa. O egoísmo de alguns, a injustiça social, o orgulho e a arrogância de tantos, a falta de solidariedade, são agentes desencadeadores do crime cujos efeitos atingem “culpados” e “inocentes”. Numa perspectiva imortalista e reencarnacionista, a ausência de políticas pedagógicas e de justiça social, no presente, assim como o exercício da vingança privada ou social, no lugar de uma justiça recuperadora, constituem-se em políticas a repercutirem negativamente nas sociedades do futuro. Adiar significa agravar. E já adiamos demasiadamente.

Artigo publicado em Maio no Jornal Abertura de Santos e no Jornal Opinião de Porto Alegre.