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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Uma dor que parece não ter fim por Roberto Rufo

Uma dor que parece não ter fim 



" O Maior é o que serve " . ( Jesus de Nazaré ) .


                                                       " Não é tudo dizer ao homem que ele deve trabalhar , é preciso ainda que aquele que espera do seu labor encontre em que se ocupar, e é o que nem sempre ocorre " ( comentário de Allan Kardec à pergunta 685 ).

                                              O Brasil já tem 14,2 milhões de seres humanos à procura de uma vaga de emprego , praticamente o equivalente à população dos Estados de Pernambuco, Sergipe e Piauí juntos . A taxa de desemprego alcançou a marca recorde de 13,7% no trimestre encerrado em Março/2017.

                                              Isso se deve à péssima gestão econômica de bandidos travestidos de políticos que assaltaram o poder nas esferas municipal , estadual e federal e que hoje se traduz em dor e sofrimento para milhares de famílias.

                                            " Quando a suspensão do trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo como a miséria " . ( comentário de Allan Kardec à pergunta 685 ) . Agora assistimos na televisão os delinquentes culpando uns aos outros pela grave situação . Assumir responsabilidades nunca foi o forte deles . Falta-lhes a educação que consiste na arte de formar caracteres e com isso adquirir hábitos de pensar no próximo como um ser que merece atenção e respeito.

                                                                                                                                           Roberto Rufo .
                                            

sábado, 29 de abril de 2017

Os três anos que mudaram o Brasil - por Alexandre Cardia Machado

Os três anos que mudaram o Brasil

Não há como parar de pensar em como a operação da Polícia Federal denominada Lava-Jato mudou o país, e refletir no porquê chegamos a este ponto e no que mudará após o seu término?

Começaríamos listando uma série de acontecimentos relacionados à operação Lava-Jato:
Escândalo envolvendo altos escalões do governo, mostrando um descontrole proposital ou não na gerência das empresas do governo. Não foi a causa básica mas contribuiu para o impedimento  da Presidente da República.

Os ex-presidentes do Senado e da Câmara foram removidos do cargo, sendo que o ex-presidente da Câmara dos Deputados já foi condenado em primeira instância.
Dois ex-governadores do mesmo estado, presos no mesmo dia.
Muitos empresários de sucesso e as diretorias de grandes construtoras foram presos e condenados.
Dezenas de políticos acusados, em delações premiadas.
Foro previlegiado de parlamentares em discussão.
Vários parlamentares que já perderam o mandato.
Incontáveis Ministros de Estado precisaram deixar o cargo por serem acusados ou por tramarem contra a operação Lava-Jato são alguns exemplos disto.

Mas o que isto afeta o cidadão comum. Como nós leitores do ABERTURA reagimos a tudo isto, e o país de uma forma geral?

É evidente que nem todos reagem da mesma forma, uns acham que a legislação existente hoje é ainda muito frouxa, permitindo brechas para os que buscam vantagem ilegal, outros entretanto, pensam que foi dado poder demais para a Polícia. Tudo isto porque a avalanche de corrupção nos deixa atordoados, culpar a polícia seria equivalente a culpar o guarda por nos multar, quando estamos com excesso de velocidade. A origem da multa está no egoísmo e não no controle exercido pelas autoridades.

Estamos todos mais atentos e isto nos fortalece como sociedade. Todas as grandes coorporações se já não dispunham de um sistema de “compliance” ou integridade passaram a adotá-los. Esta é uma mudança importante.

Poderá acontecer uma mini reforma do legislativo, alterando as regras de formação de chapas de candidatos  ao parlamento e a forma de  financiar campanhas, mas nada disso funcionará se não passarmos a acreditar que realmente temos vóz, que somos ouvidos e respeitados.

Acreditamos que pouco a pouco é maior a percepção de que o crime, pode não compensar. 

Especialmente esta classe de crime de colarinho branco que quase nunca se dava mal. Isto mudou.
Como tudo terminará, quantos anos mais teremos de conviver com estas notícias é uma resposta que não saberíamos dar, mas fica a convicção de que ao passarmos por isto geraremos uma Nação.

Tomando as palavras de Allan Kardec, nossas esperanças estão depositadas nas novas gerações que estão encarnando na Terra,  sejam elas “ compostas de Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que tragam disposições melhores, há sempre uma renovação ... “. Que nossos jovens absorvam tudo o que está acontecendo e tirem disto uma lição,  conseguindo a partir desta vivência seguir um caminho mais positivo. Tornando  sua vida mais proveitosa e mais focada no bem comum, menos imediatista e egoísta.


As novas gerações trazem este potencial renovador, com mais disposição, pois a velha guarda de hoje, fracassou, esqueceu os seus sonhos de juventude na amargura da busca do luxo, sem ética.

NR - texto originalmente publicado no Editorial do Jornal Abertura de Março de 2017

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A vida - como ela é bela - por Ricardo Nunes

 A VIDA

Como é bela e misteriosa a vida, caminhos e descaminhos, erros e acertos, encontros e desencontros. Amor, solidão, amizade, angustia, prazer, dor e felicidade, quantos sentimentos, quantas experiências...

Quantos se foram para nunca mais, quantos lábios queridos se calaram no silêncio da morte. Lábios que um dia estiveram presentes e que hoje estão ausentes. Quantos amigos que trilharam conosco a mesma estrada ombro a ombro, vivendo os mesmos ideais e sonhos e que nos deixaram.

Quantos projetos abandonados pelo caminho. Que tremenda luta entre os ideais, o desejo e a realidade!

Porém, a vida continua, e o dia seguinte sempre surgirá. É necessário estarmos prontos para recomeçar, aconteça o que acontecer. Devemos nos levantar e seguir em frente, sempre em frente. É necessário prosseguirmos demonstrando confiança e força interior. Sempre é tempo de sonhar um novo sonho, de viver um novo amor, de realizar um  novo projeto.

Talvez, o que realmente seja importante na vida não é o que alcançamos, mas sim os caminhos que percorremos. Na verdade, é muito melhor chorarmos por nossos fracassos, do que morrermos lentamente de apatia,  sem ousadia, sem força e coragem para viver.

Recordamos que um mestre do passado disse que seu reino não era deste mundo, afinal o que é este mundo, o que é esta vida, o que são os problemas ante o infinito do universo? O que significam os pequenos contratempos cotidianos ante a beleza da lua a clarear com seu brilho e luminosidade o caminho dos homens? O que é esta vida corpórea de um instante ante as múltiplas dimensões extrafísicas do espírito?

  Quando lembramos que este planeta é menos de um grão de areia no universo, não podemos deixar de pensar na pequenez de nossos problemas e angustias. Ficamos a imaginar, em um doce sonho, que para além desta terra devem existir outros mundos, outras galáxias, repletas de vida, inteligência e  amor.


No espiritismo, aprendemos que somos, em essência, imortais e que prosseguimos além da morte. Aprendemos, também, que há um sentido maior para a realidade e que a vida não é uma aventura vã.

NR: Artigo publicado no Jornal Abertura de Maio de 2016

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Posicionar-se é viver - por Alexandre Cardia Machado e Bruna Régis Machado

Posicionar-se é viver

Estávamos em casa, fazendo uma limpeza de armários e nos deparamos com algumas redações escolares de nossas filhas, Cláudia sempre teve um carinho especial por estas recordações de um tempo onde elas viviam ao nosso redor. A Linha da vida é esta mesmo e os filhos saem para trabalhar.
Voltando às redações, uma nos chamou mais a atenção, talvez pelo momento em que vivemos, foi escrita pela Bruna, nossa filha mais velha em 2005 e tinha o título “Posicionar-se é viver” uma redação de cursinho pre-vestibular, corrigida pela professora, identificada como Lígia.




Transcrevo aqui algumas partes, pois nos permite mergulhar no tempo e na mente adolescente, mas já rica em observações do mundo ao seu redor.

“ O mundo é muito dinâmico. Tantas coisas se passam ao mesmo tempo, de forma tão diferente, e as pessoas são bombardeadas com informações a cada minuto. Dentre os milhares de acontecimentos que se tem conhecimento durante a vida, há sempre aqueles mais marcantes...

Cada pessoa tem um jeito único de encará-la, pois cada uma delas possui um histórico diferente de criação, educação e estrutura moral, e é isso que as torna tão singulares entre si. Embora as características pessoais existentes no homem sejam bastante diversas, existem certas posturas que são muito comuns numa sociedade. Uma delas é a acomodação, acomodação política, afetiva, 
profissional ou de qualquer outro setor que exija a reflexão e consequentemente a emissão de opinião.
Isso ocorre frequentemente pois não se posicionar é muito mais fácil, ser espectador da vida é tão mais simples do que atuar nela, afinal não exige esforço, não é preciso se arriscar, desistir, 
transformar e tentar de novo. É necessário apenas ser indiferente e não se importar com o que acontece ao redor, ignorando qualquer sinal de movimentação interna”.

Sabemos que não são todas as pessoas que se preocupam com o de onde venho? O que sou? Ou para onde vou? Perguntas básicas da filosofia tradicional. Nossa sociedade atual vive entre o imediato e não é comigo. Posicionar-se, requer um abrir-se ao mundo – olhar para frente, analisar, planejar e pela ação tentar mudar a realidade ao nosso redor.

Uma hipótese para a pequena ação política ou social, alguns podem pensar, seria porque as pessoas atualmente parecem não ter religião ou partido político. Mas pesquisando o número de Brasileiros que se auto denominaram ateus ou sem religião, não chegou nem a 2% no Censo de 2010. Portanto esta não é uma das causas. Ligação a partidos políticos, talvez o excesso deles, 36 seja uma das razões que não nos faça adotar um. O alto índice de abstenção nas últimas eleições assim o demonstra.

Mas de 2005 para cá, certamente que o interesse por política aumentou bastante, tomou conta dos noticiários e tivemos diversas manifestações populares, pessoas de todas as idades foram para as ruas, posicionaram-se, algo quem sabe impensável há meros 11 anos atrás, ainda que os manifestantes não tenham demonstrado associação clara e nenhuma organização política, foi muito mais um grito de basta.

Bruna discorre naquilo que entende sejam os componentes da falta de ação e investe na análise do que seria pior em termos de responsabilidades não compartilhada, enquanto seres socias que somos.
“ O acomodado tem uma postura pior do que a do alienado, porque o primeiro tem conhecimento do que se passa, mas se esconde atrás da falta de preocupação, já o segundo não quer saber o que acontece para não se ocupar. Aquele que não se manifesta não o faz não porque não o consegue, e sim porque não o quer, ele não possui ânsia de conhecimento e de discussão, já que se conforma com as coisas do jeito que elas estão. Acredita que não pode fazer nada para modificar a sua, ou a situação de outros, é como se vivesse em uma caixa de vidro, observando a vida correndo a sua volta”.
Ao que tudo indica, os acontecimentos recentes no Brasil, forçaram que até mesmo alienados e acomodados saíssem do armário e expressassem o seu pensamento. Na mais diversas formas de manifestações de pensamento, em todos os tons que vivemos nos dias de hoje, quer fisicamente, quer no mundo virtual da internet e redes sociais.

Bruna meio que detectou o mecanismo de resposta dos mansos, “ Entretanto, o posicionamento conformado é fácil, porém não leva a lugar algum. E, talvez, seja  este o seu objetivo, manter-se estagnado mas, esta realidade é finita. Em algum momento da vida, percebe-se que nada foi construído e que pode ser muito tarde para mudanças, porque, às vezes, quando a mente começa a funcionar, o corpo já não tem mais condições de acompanhá-la. Porém, quando se nota que a vida pode ter um sentido maior, mesmo sem a possiblidade de transformação, a consciência da acomodação é, por si só, uma forma de evolução e progresso humano”.

Este texto em sua ambientação original, não traz uma abordagem espírita. Pois trata-se de um exercíco visando uma redação para vestibular; mas o último mostra uma visão transformadora, que é a mola do Espiritismo, a possibilidade de não ficarmos parados, pois a cada dia que vivemos aprendemos algo que pode ser usado no futuro,  nesta ou em outra vida.

Kardec nos ensina que devemos ser moderados, calmos, agir com sabedoria, mas jamais nos acomodarmos, pois somos seres que transitamos pela Terra e devemos deixar a nossa marca.

NR: Este artigo foi originalmente publicado no Jornal ABERTURA de novembro de 2016

Posteriormente foi publicado em espanhol no jornal Flama Espírita.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A escola sem partido, ou “isso não pode ser discutido”. por Reinaldo di Lucia

A escola sem partido, ou “isso não pode ser discutido”.

Das diversas crises que o Brasil enfrenta, há uma, algo silenciosa, que se agrava gradativamente ao longo dos anos, vem tomando proporções alarmantes e que não tem previsão nem a curto nem a longo prazo de solucionar-se: é a crise educacional.

A educação no Brasil já teve seus bons momentos, nos quais podíamos, mesmo no ensino público, apresentar alguma qualidade. Não escrevo aqui como especialista em história da educação, o que não sou, mas apenas como alguém que recebeu, nos anos 70, uma educação que me permitiu formar uma base conceptual suficiente para que o prosseguimento dos estudos se desse sem grandes percalços. Mas nunca foi algo que pudesse ser uma referência mundial em qualidade de ensino. Principalmente porque, numa época em que vivíamos um regime de exceção, não era objetivo formar pensadores, mas técnicos que pudessem contribuir para o "milagre brasileiro".

Entretanto, ao longo desses últimos 40 anos, a educação básica no Brasil, em linhas gerais, só piora. Talvez pelo desestímulo dos professores, cujo salário é um acinte, talvez pela falta de estrutura escolar e, certamente, pelo interesse da classe política em evitar transformar nossas crianças em cidadãos donos de seu próprio destino, o fato é que a qualidade do ensino básico é das piores do mundo.

Como se não bastasse essa verdadeira catástrofe, vem agora uma organização propor, com o apoio de uma parcela do Congresso Nacional, mais uma excrescência: a "Escola sem Partido". Com o suposto objetivo de impedir uma mítica ideologização nas escolas, na verdade evita a única forma de proporcionar o crescimento intelectual, que é a contraposição de ideias que permitirá o surgimento de jovens livre pensadores, sem amarras e preconceito, prontos a tornarem-se conscientemente responsáveis por suas escolhas e aptos a construir seu futuro
Há que se discutir que finalidades escusas se ocultam nesta proposta. Não sou daqueles que veem em tudo a mão maquiavélica da elite dominante tentando massacrar a plebe ignara. Mas não se pode bancar a Poliana e achar que o mundo é rosa. Há, sim, o claro interesse de uma certa classe de manter a população o mais intelectualmente despreparada possível, pois é obviamente muito mais fácil o domínio sobre os ignorantes. É pensar pode ser muito perigoso...
Como espíritas, temos o dever de desaprovar qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de pensamento, de crença, de expressão. 
O Espiritismo surgiu a partir de um amplo debate realizado entre encarnados (principalmente Kardec) e desencarnados, no qual questões muito profundas e polêmicas foram analisadas e discutidas. Assim, em consonância com nossa visão laica, livre-pensadora, humanista e progressista, qualquer tentativa de bloquear o debate livre, desde que imparcial, deve ser amplamente rechaçado.


Se algo não for feito para frear este tipo de proposta, a consequência será a formação de um contingente de jovens que delegará a outros seu direito inalienável de pensamento e escolha, pois será facilmente manipulável. Como professor universitário, percebo a cada ano que passa o quanto aqueles que ingressam no ensino superior estão cada vez menos preparados, não conseguindo realizar tarefas básicas, como leitura e interpretação de textos simples, compreensão das relações causais e entendimento das vertentes históricas que formam a realidade atual. E afirmo, sem medo de errar: não ha ação que tire o país do buraco que não passe pelo investimento maciço em educação. O que, com os políticos que temos, está longe de acontecer.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

10 ATITUDES PARA DESBANCAR O ÓDIO - por Roberto Rufo

" O mundo está farto de ódio " (Mahatma Gandhi).

" O bem que fazemos é o nosso advogado pela eternidade " (Irmã Veneranda).


 Num artigo que li numa revista feminina, mas que os homens deveriam ler com assiduidade, estavam lá as 10 atitudes para desbancar o ódio. A primeira tinha como tutor o cineasta Fernando Meirelles que nos aponta que devemos perceber que somos idênticos a quem parece ser o nosso oposto. Na evolução do espírito, o controle das paixões pela vontade deve nos levar a evitar os abusos. Da paixão sem limites nasce a intolerância, que é um claro sintoma de desequilíbrio. A atriz Denise Fraga quer que foquemos a nossa atenção no amor e exercitá-lo. Parece um lugar comum mas só se aprende a caridade sendo caridoso, só se aprende a amar praticando atitudes amorosas. A atriz vê na internet uma excelente ferramenta para um saudável fórum de ideias. Fico muito triste quando num debate político como o atual, o que mais interessa a ambas as partes é desqualificar o oponente. Entraram no twiter de uma jornalista sediada nos EUA e a ofenderam com palavras e ameaças. Ela não tem a mesma ideologia que a minha, logo é minha inimiga.

O psicanalista Contardo Calligaris diz que devemos modular o ódio cultivando nossa vida interior. O ódio sempre existiu. Já odiamos muito mais do que nos dias de hoje.



O Espiritismo propicia que criemos uma cultura da solidariedade, pois somos todos espíritos em busca da perfeição. Mas a vida interior é só nossa, decidida pelo nosso livre-arbítrio. Caso contrário, seremos presas fáceis das identidades coletivas.
Entrar na pele do outro é o conselho de Roman Krznaric, filósofo e historiador britânico. 
Como fazer isso? Exercite os sentimentos altruístas. Vejam, que a mudança para uma paz interior, seguida do comportamento de respeito e amor ao próximo requer sempre que façamos o exercício da mudança. Só palavras soltas ao vento não adiantam. No último almoço beneficiente da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, mais uma vez estavam lá aqueles voluntários, septuagenários em sua maioria, com uma presença feminina muito maior. Poucos jovens colaborando. Talvez porque não tenham tempo disponível entre tantos intercâmbios que costumam resultar em nada. 

O estilista Ronaldo Fraga diz para trazemos de volta antigos valores, como a compaixão. Concordo com ele quando fala que há uma banalização da maldade, onde ser bom vem em segundo plano. O Espiritismo define o trabalho como toda ocupação útil. Busquemos utilidade em nossas vidas. Quantos de nós receberíamos com compaixão refugiados de outros países?

A blogueira Jout Jout quer que aprendamos a separar a crítica construtiva da ofensa. Pense antes de postar, no que é acompanhada pela filósofa Márcia Tiburi que nos orienta a praticar o diálogo e tomarmos muita atenção com a linguagem. As palavras maldosas machucam, ofendem o amor próprio das pessoas. Os intolerantes quase sempre têm um pensamento pronto e querem que o mundo se encaixe nele. Esquecem-se como ensina a doutrina espírita que devemos respeitar a desigualdade de aptidões.

A chefe de cozinha Carla Pernambuco diz que devemos cozinhar mais, convidarmos pessoas, pois a comida reúne até os diferentes. Os almoços em famílias são uma ótima oportunidade para debatermos ideias e conhecermos a diferença de conceitos. Nelson Rodrigues dizia que o mundo um dia seria dominado pelos cretinos fundamentais. O antídoto é o choque de posições e a compreensão de cada um. Só os estultos (ignorantes) têm sempre a mesma opinião, geralmente expressas por palavras de ordem e slogans.
O professor de filosofia Renato Janine Ribeiro fala em estimular as crianças a conviver com a diversidade. Concordo com ele, Deus a ninguém fez superior pela cor, raça ou etnia dizem os espíritos. O professor diz que no Brasil temos um apartheid estudantil, o que forma uma visão estereotipada. Segundo ele o branco tem uma imagem preconceituosa do preto; o preto, uma visão preconceituosa do branco.  Ele completa dizendo que junto com as atividades lúdicas deve-se propor o contato com várias culturas. E por último o jornalista e escritor Xico Sá diz que mesmo sem concordar, respeite-se o direito de expressão do outro.

O filósofo Raymond Aron dizia que um intelectual deve possuir duas virtudes, o respeito ao próximo e o respeito aos outros. Caso contrário corremos o risco de achincalharmos uma biografia admirável do Sr. Helio Bicudo (jurista, político e militante dos direitos humanos) chamando-o pejorativamente de "golpista". Pode-se não concordar com a opinião dele,  mas a tentativa de desqualificá-lo é sórdida.


O Espiritismo é toda uma teoria de respeito ao outro, de amor ao próximo, de compreensão das diferenças, sejam elas quais forem. O remédio? A prática do bem. Parece fácil, mas não é. Requer exercício perene. 

segunda-feira, 25 de abril de 2016

A imunização cognitiva

A imunização cognitiva

Luciano Pires - 31/03/2016

O ano é 1995. Um vídeo escandaloso mostrado no Jornal Nacional apresenta o bispo Edir Macedo ensinando sua equipe como tirar o máximo de dinheiro dos fiéis. Se você não lembra, está Aqui:https://www.youtube.com/watch?v=W7wqqJFtaYc .

Quando assisti àquelas imagens, pensei: o bispo acabou… Passados 20 anos, o bispo e sua igreja nunca estiveram tão fortes, tão ricos, tão poderosos. O escândalo veiculado no Jornal Nacional não destruiu nem o bispo nem seu projeto, sua base de fiéis cresceu assustadoramente, transformando a Igreja Universal num negócio bilionário, mesmo diante da evidência dos fatos.

Coisas assim acontecem ao longo de toda história da humanidade: grupos de pessoas que, mesmo diante das mais claras evidências de perigo, de más intenções, de risco, permanecem seguindo líderes visionários, malucos ou simplesmente desonestos. Como é possível que tanta gente se recuse a ver a verdade?

Os estudiosos explicam com a imunização cognitiva.

Cognitiva vem de cognição, que é o processo de aquisição do conhecimento, incluindo o pensar, a reflexão, a imaginação, a atenção, raciocínio, memória, juízo, o discurso, a percepção visual e auditiva, a aprendizagem, a consciência, as emoções. Envolve os processos mentais que influenciam o comportamento de cada indivíduo.

A imunização cognitiva é um escudo que permite que as pessoas se agarrem a valores e credos, mesmo que fatos objetivos demonstrem que eles não correspondem à verdade. A pessoa cognitivamente imunizada está no terreno da fé, que dispensa o raciocínio lógico. Para ela, argumentos lógicos não têm relevância.

E então assistimos gente com estudo, inteligente, articulada, que sabemos que não está tirando nenhum proveito material, defendendo em público o indefensável. Como é que essas pessoas chegam a esse ponto?
Bem, existem ao menos cinco fases no processo de imunização cognitiva.

Primeira fase: isolamento de quem tem opiniões contrárias, protegendo suas ideias. A pessoa vai eliminando de seu convívio ou mesmo de sua atenção, quem pensa diferente.

Segunda fase: redução da exposição às ideias contrárias. Passa a ler e ouvir apenas as opiniões em linha com seus credos. Nos estados totalitários, é quando a liberdade de expressão passa a ser ameaçada, quando a imprensa perde a liberdade, quando vozes dissidentes são caladas. É quando os processos educacionais adotam opiniões selecionadas, com autores e textos cuidadosamente escolhidos para seguir apenas uma visão de mundo.

Terceira fase: conexão dos credos à emoções poderosas. Se você não seguir aquelas ideias, algo de ruim vai acontecer. Lembra do “se você pecar, vai para o inferno”? Se você não votar naquele candidato, sua vida, suas economias, seus benefícios estarão em perigo…

Quarta fase: associação a grupos que trabalham para combater as ideias dos grupos contrários. Isso acontece não só em política, mas até mesmo na ciência, quando métodos de investigação científica focam nas fraquezas das teorias adversárias, ignorando os pontos fortes.

Quinta fase: a repetição. Repetição, repetição, repetição. Cria-se um tema, um slogan que materializa um determinado credo ou visão, que passa a ser repetido como um mantra, numa técnica de aprendizado. O grito “não vai ter golpe”, por exemplo, não é uma criação espontânea, obra do acaso. É pensado, calculado. Sua repetição imuniza cognitivamente as pessoas contra os argumentos a favor do impeachment.

Os especialistas em psicologia das massas sabem que nossas mentes evoluíram muito mais para proteger nossos credos que para avaliar o que é verdade e o que é mentira. E os especialistas em comunicação constroem retóricas fantásticas, com intenção de desviar o tema principal e, especialmente, imunizar cognitivamente os soldados da causa.

E aí, meu caro, minha cara, não adianta mostrar o vídeo, o recibo, o cheque, o testemunho do caseiro, a ordem da transportadora, o grampo telefônico… O imunizado cognitivo está vacinado contra fatos objetivos.
Está explicado então? Se você está se sentindo entorpecido das ideias, incapaz de descer do muro, provavelmente alguém está lhe ministrando umas doses de imunizante cognitivo.

E você nem percebeu que está dando a grana para o bispo.

Muito interessante esse artigo de Luciano Pires e nos faz entender como a fé cega pode ser manipulada.

sábado, 8 de agosto de 2015

20 REFLEXÕES ESPÍRITAS PARA O BEM VIVER - por Ricardo Nunes

Ricardo de Morais Nunes


1 -   Amar o presente. O passado já passou. O futuro ainda não existe. É necessário vivermos na dimensão do agora.

2 -    Precisamos nos conscientizar da impermanência de todas as coisas. Devemos aprender a transitar.

3 -       O pressuposto do amor ao próximo é o amor a si mesmo.

4 -   É necessário nos livrarmos da ideia da culpa e do castigo. Nossas ações têm consequências.

5 -     Não devemos nos comparar com ninguém. Temos a nossa própria individualidade. Somos únicos.

6 -    Confiar na existência de um sentido profundo, de uma diretriz maior, para a realidade.  

7 -   Somos hoje o produto do que fizemos ontem. E amanhã seremos o produto do que fizermos hoje.

8 -    Somos, em essência, espíritos imortais neste universo complexo e misterioso.  
9 -  Devemos renunciar às nossas pretensões de segurança absoluta. Nossa jornada na terra é uma verdadeira “aventura existencial”.

10 - A reencarnação e o tempo são os instrumentos de nosso aprimoramento intelecto-moral.

11 -  É necessário distinguir entre as vitórias reais e as aparentes. Nem todos que aparentam sucesso são realmente bem sucedidos, segundo as leis maiores que regem a vida.

12 -   Não precisamos ficar procurando exaustivamente as causas da dor nas vidas anteriores. A dor é inerente ao fenômeno da vida. A reencarnação é uma flecha que nos lança para o futuro e não uma âncora a nos prender ao passado.

13 - O diferente não precisa ser nosso inimigo, pode ser alguém que nos proporciona outra maneira de enxergar a vida.

14 - A solidariedade é nos reconhecermos na pessoa do outro. A indiferença ao sofrimento alheio é próprio das almas ainda egocêntricas.

15 - A família e as amizades são os pequenos grupos onde exercitamos o amor que um dia teremos à humanidade.

16 - A vontade é o grande instrumento para transformação de nós mesmos e do mundo.

17 - O prazer é o que nos move para a ação.

18 - Para a nossa saúde emocional é necessário estabelecermos sintonia mental com as mensagens positivas, desligando-nos, o quanto possível, das mensagens negativas.

19 - Possuímos amigos no plano extra-físico que desejam o nosso bem, e atuam em nossa vida através da intuição, desde que nos coloquemos em sintonia mental com eles.

20 - Conhecer e amar são os objetivos fundamentais das existências sucessivas. A felicidade é o destino final da evolução. Porém, existe uma felicidade possível já neste mundo.


Ricardo Nunes

terça-feira, 2 de junho de 2015

Gabinete psico mediúnico uma experiência de saúde emocional - por Alexandre Cardia Machado e Cláudia Régis Machado

Gabinete psico mediúnico uma experiência de saúde emocional:

Autores: Cláudia Régis Machado e Alexandre Cardia Machado


Agradecimentos:

Este trabalho não poderia ter sido feito sem o apoio incondicional da equipe física formada pelos amigos Zilda Maria de Souza Pereira, Mauricy Silva, Antônio Ventura, Pedro Molina, Elizabeth Molina, Yuri Souto Maior e Cláudio Lepage e naturalmente da equipe espiritual, formada por vários colaboradores anônimos e pelos Espíritos que se identificaram como Antero, Diana e Cuidadoso. Um agradecimento especial, em memória ao criador do Gabinete Psico - Mediúnico, Jaci Régis que pensou, implementou a ideia e coordenou o trabalho até o momento da sua desencarnação. Ele sempre repetia “que não havia nada tão importante como o servir e que o espírita deve ter como meta ajudar o próximo”.




1 - Objetivo do trabalho:

Este trabalho descreverá a atividade que está em desenvolvimento no Instituto Cultural Kardecista de Santos - ICKS, desde Setembro de 2009, onde utilizando o intercâmbio mediúnico, suporte psicológico a pessoas com problemas emocionais, noções rápidas de Espiritismo e emissão energética próxima uma equipe formada por sete colaboradores vem ajudando semanalmente muitas pessoas a superar dificuldades existências.

O trabalho descreverá a função desempenhada por cada colaborador, suas principais atribuições, descrevendo o trabalho executado pelos Espíritos e apresentando resultados obtidos. Visa sistematizar e servir como referência por outras casas espíritas. A técnica central é de uma terapêutica breve, relaxamento , apoiada por energias e suporte espirituais com o objetivo de dar um reforço moral, equilíbrio espiritual e anímico.

Verificou-se que as grandes maiorias dos que terminam o processo, geralmente de 10 sessões, ao receberem alta, saem muito mais confiante na sua própria capacidade de manterem-se em equilíbrio, com maiores possibilidades de bem viver.



2 - Bases para o trabalho

Jaci Régis[1], em seu trabalho sobre a Espiritossomática, assim se refere ao ser humano:

“O Ser espiritual integra-se naturalmente no corpo. Ele é, temporariamente, o corpo. Entra na vida corpórea como uma aventura existencial que lhe exigirá o emprego de todas as energias e capacidades para sair-se bem, ao final. O rendimento, a eficiência dessa aventura, como sabemos, varia ao infinito, para cada personagem humana.”

É para ajudar algumas pessoas que estão em dificuldades psico-espirituais, a encontrar um rumo mais seguro que este trabalho foi idealizado.

Segundo Jaci, neste mesmo artigo, “referindo-se aos problemas afetivos definidos no campo da patologia psicológica, entendemos que o homem pode refazer seu caminho, descobrir suas potencialidades e desobstruir os canais de sua energia afetiva. Daí a necessidade de uma terapia espiritossomática, que atue no corpo e no Espírito. O encontro da espiritualidade, passa pela valorização do corporal, em que ela se insere. Quando entendemos o homem nessa globalidade, trabalhamos no presente, que é o único momento real da vida do Espírito. O passado é o presente que passou, o futuro é o presente que virá. O amanhã só se concretiza quando se torna hoje”.

            “Coube aos conceitos Kardequianos, deslocar para o espírito o centro da personalidade, até então, fixada nas células cerebrais orgânicas. Permitiu uma invasão maior e definitiva no campo da espiritualidade, dando condições de pesquisas mais profundas, mais coerentes e mais reais relativas ao estudo do homem em sua total integridade como matéria, energia e espírito atuante.”[2]

A organização do trabalho foi feita com o objetivo de aproveitar uma série de técnicas que são usadas em Centros Espíritas (CE) e em “grupos de aconselhamento psicológico”, a inclusão de sessões de emissão energética (passe), baseia-se na convicção da efetividade desta técnica para a reposição de energia dos pacientes, conforme destacado por Ivan Dutra[3] em 1991 – referindo-se a população de frequentadores das sessões de passe” verificou-se que a grande maioria dos entrevistados relata que a aplicação do passe, traz sensações positivas como: aumento de bem-estar, aumento de energia, efeitos psicológicos de alívio, calma e serenidade (60%). Estes resultados estão de acordo com o que Ney Prieto Peres (1986) afirma, quando diz que as pessoas que participam de trabalhos espirituais em sua maioria alcançam um bem-estar geral”.

Ainda segundo Dutra, Herculano Pires (1985) coloca a respeito dos efeitos psicológicos do passe, que o efeito direto das pessoas no ambiente com intensão de ajudar o paciente, desperta o sentimento de segurança e confiança em si próprio, “que quer dizer, a sensação após o passe pode ser resultado tanto da doação fluídica (energética), como do contato com outras pessoas (calor humano)”.

Herculano Pires[4] refere-se ao Centro Espírita considerado aqui como gênero, representando qualquer entidade espírita onde o mesmo acredita que, ter nas suas palavras “no desempenho da sua função, o CE é, sobretudo, um centro de serviços ao próximo, no plano propriamente humano e no plano espiritual. O ensino evangélico puro, as preces e os passes, o trabalho de doutrinação representa um esforço permanente de esclarecimento e orientação de espíritos sofredores e de suas vítimas humanas, que geralmente são comparsas necessitados da mesma assistência”.

O trabalho realizado no ICKS não é o tradicional “atendimento fraterno”[5][6] que ocorre em centros Espíritas, e sim um trabalho de tratamento metódico psico-mediúnico. Que embora também seja fraternal não tem como objetivo acolher pessoas que buscam o ICKS como um CE. Este trabalho é para ajudá-las a se recompor energética, espiritual e psicologicamente, por um tempo determinado. Ajudando-os a encontrar subsídios internos capazes de mantê-los firmes sem o nosso acompanhamento.



2.1 – Bases Espíritas do Gabinete Psico-Mediúnico:

As reuniões mediúnicas exigem um equilíbrio de energias e uma forte determinação mental de seus participantes, Ademar dos Reis[7], assim descreve a importância da preparação do ambiente: “A reunião mediúnica é uma conjugação de energias e reclama um equilíbrio emocional, sendo o preparo atribuição de ambas as partes envolvidas (encarnados e desencarnados). É preciso sensibilidade para o ritmo de cada reunião.”.

Assim, sempre antes de iniciarmos os trabalhos de mediunidade e de emissão energética procede-se a uma preparação, através da mentalização de todos os componentes encarnados na atividade que será realizada e a abertura mental para a doação da necessária energia àqueles que a necessitam.

Os emissores energéticos assistem à palestra sobre a Doutrina Kardecista e depois se dirigem à sala de passe, onde se juntam aos companheiros que participarão da reunião mediúnica (um médium e dois coordenadores). Neste momento iniciamos a mentalização através de uma prece simples seguida da necessária introspecção e elevação mental de toda a equipe. Nesta hora sempre é solicitado o apoio dos Espíritos da casa, para todas as atividades.

Uma vez feito isto, a equipe da reunião mediúnica se dirige para a sala correspondente enquanto a equipe de emissão energética segue em concentração até que se iniciem os trabalhos.

Estas descrições coincidem com as apresentadas por Marcelo Régis[8] com relação aos cuidados efetuados pela equipe espiritual no Centro Espírita Allan Kardec de Santos– por relatos dos Espíritos que se comunica em nossas reuniões, o grupo espiritual a que pertencemos chamado de Nossa Casa é o mesmo. Alguns espíritos fazem parte dos trabalhos no ICKS e no CEAK de Santos-SP.

O Livro Psicografado de autoria de Marina Fidélis[9] descreve o “CE é agência, escola de liberdade”.

Dentro do princípio definido na introdução ao trabalho esta é a maior motivação à realização do mesmo.




2.2 – Bases Psicológicas do Gabinete Psico-Mediúnico:


Aconselhamento:
Segundo Henriette Morato[10] o aconselhamento psicológico é a expressão mais direta e específica do que é o trabalho do psicólogo. De acordo com ela, o aconselhamento começou por volta dos anos 40, depois da guerra no sentido de poder ajudar os veteranos de guerra que estavam voltando.

E parece ter tomado corpo e expressão na década de 1950-1960. A partir de então o aconselhamento tem sido um método de assistência psicológica destinada a restaurar no indivíduo, suas condições de crescimento e de atualização, habilitando-o a perceber, sem distorções, a realidade que o cerca e a agir, nessa realidade, de forma a alcançar ampla satisfação pessoal e social.

A ajuda envolve a pessoa a refletir para dar sentido a sua existência e assumir suas situações de vida. Focam-se no processo de aconselhamento, conversas com temas emocionais e vivenciais.

Aconselhar não é dar conselhos, ou prescrever condutas que deveriam ser seguidas. Pelo contrário, trata-se de ajudar o sujeito a compreender-se a si próprio e à situação em que se encontra e ajudá-lo a melhorar a sua capacidade de tomar decisões que lhe sejam benéficas. O aconselhamento está centrado na resolução de problemas do sujeito, focalizado no presente, com uma duração mais curta, orientado para a reflexão e ação. Tentado ajudar o cliente a sair da dificuldade e se prevenir, se cuidar para que permaneça assim.

O aconselhamento não trabalha para mudanças de personalidade nem para conflitos inconscientes. Reforça e gratifica as conquistas que o cliente vai efetuando.
Segundo Scheefer[11] pode-se falar em aconselhamento como ação educativa preventiva, de apoio, situacional voltada para solução de problemas.

Para o aconselhamento não há fórmulas, nem metodologia estruturada, mas existem atitudes terapêuticas que o caracterizam e devem ser seguidas:

1. Não ser diretivo - facilita que a mensagem seja assimilada, reduz as tensões, pois não há julgamentos e acima tudo ajuda o cliente a perceber a si mesmo e o meio que vive com objetivo, se necessário, de alterar sua percepção.
2. Ser congruente – “Rogers[12] fala que os terapeutas melhor sucedidos no lidar com os clientes são reais e exibem autenticidade”.
3. Expressar atitudes positivas de aceitação e de calor humano para com o cliente. O conselheiro preza o cliente, não aprova, nem reprova. É o sentimento positivo sem reservas e julgamentos. O terapeuta vê o cliente como um ser com potencial.
4. Ter compreensão empática - o conselheiro deve compreender o cliente, ter senso do mundo interno e das significações pessoais do cliente como se fosse ele próprio, seu próprio mundo, porém mantendo a neutralidade. Esta condição é, segundo May[13]  a chave para o processo de aconselhamento, pois é através dela que todos os conselheiros atingem as pessoas.
5.Fazer um acolhimento adequado e proporcionar ao cliente um ambiente aconchegante. Estabelecer uma relação de confiança e ser facilitador para que as exposições dos temas auxilie o cliente na resolução de seus problemas e tomada de decisões. 
6. Ter uma comunicação competente com clareza da linguagem empregada. O objetivo maior do aconselhamento é conseguir que o cliente torne-se ele mesmo seu agente transformador e possa ecolher medidas para melhor satisfaçãopromovendo seu bem estar. É promover o bem estar psicológico e a autonomia pessoal no confronto com as dificuldades e com os problemas.

 Problemas mais comuns que o aconselhamento atende:

Depressão/Luto.
Ansiedade/Stress.
Dificuldades Relacionais.
Situações causadoras de Mal-Estar Físico e/ou Psicológico.

Muitas pessoas não conseguem passar por situações de crise sozinhas e necessitam de apoio de amigos e familiares.

No trabalho do gabinete psico-mediúnico os clientes são selecionados após a entrevista. Selecionamos pessoas que não apresentem  problemas psicológicos graves, mas que estão vivendo um momento difícil, e que precisam de ajuda para gerir todos os fatores intervenientes em questão.  Muitos se mostram desestabilizados no enfrentamento dos momentos difíceis por demonstrarem de personalidades fracas e problemáticas que acabam por aflorar em desequilíbrio mental-emocional, sendo que outros mostram desanimo e falta de coragem, apesar de terem personalidades estruturadas.

Estruturamos o nosso trabalho para atender este tipo de problemática e como não temos a pretensão de fazer terapia em grupo adequamos o nosso atendimento como aconselhamento, mas não de forma clássica. Mas com modificações e adaptações que ajudassem as pessoas que nos procuram. Para isso acolhemos as pessoas identificando a sua demanda e esclarecemos sobre o trabalho que desenvolvemos para evitar fantasias e mitos, pois uma orientação neste tipo de trabalho é compreendido de forma mágica e mística.  Mágica acreditando que os espíritos resolveram os problemas, de alguma forma diferente e mística porque a orientação é dada por alguém do além, do plano extrafísico.

 Os pacientes logo no inicio percebem que a situação não é esta, mas que consiste na mudança da situação que se encontra, com trabalho constante, persistência. Trabalhamos com aqui e agora fazendo-os compreender o que ocorre com eles, bem como a importância de buscar o crescimento emocional, psíquico e moral, enfim desenvolvimento global.

Adotamos o aconselhamento como técnica terapêutica visando oferecer perspectiva de vida onde cada um sinta responsável pela sua própria vida, co-responsável pela sua qualidade de vida, por suas escolhas e por sua liberdade. Valorizando a vida e cada momento, mesmo na dor e no sofrimento e acreditando na sua própria capacidade.


3- Descrição do trabalho:

Descreveremos o trabalho desenvolvido considerando a seguinte estrutura:

Componentes e funções dos membros encarnados do ICKS:
Componentes e funções dos membros oriundos do plano Extrafísico

3.1 - Componentes e funções dos membros encarnados do ICKS:

3.1.1 - Dinâmica dos trabalhos e duração dos tratamentos:

O trabalho foi dimensionado para funcionar em 10 semanas sendo que as atividades transcorrem da seguinte maneira, no primeiro dia, o paciente chega entre 19h00min e 19h30min para anamnese – conforme o tipo de problema apresentado o paciente é aceito para o tratamento, já se integrando aos trabalhos no mesmo dia.

3.1.2 - Palestra Espírita:

A partir de meados de 2010 foi implantada uma palestra espírita básica, englobando os princípios básicos e leis morais, normalmente apresentadas pelo Sr. Mauricy Silva – tem duração de 20 minutos, no máximo. Os emissores energéticos assistem à palestra para preparação e foco de pensamento.

Durante o período da palestra um dos colaboradores, Sr. Mauricy faz a chamada das pessoas que vão falar com o espírito no Gabinete Mediúnico e das pessoas que vão para a sala de emissão energética.


3.1.3 Indução a renovação do pensamento, relaxamento e respiração.

Utilizamos para início da sessão um relaxamento físico e mental conquistado através do controle da respiração e da indução sugestiva propiciando uma maior abertura mental aos pacientes. Lembrando que a reunião inicia com uma pequena explanação sobre os princípios Kardecistas. Elegemos iniciar desta maneira porque somos uma instituição espírita e recebemos pessoas de todos os credos e para mostrar quais são os fundamentos filosóficos do nosso trabalho.

3.1.4- Aconselhamento:

Seguindo à palestra espírita, a psicóloga Cláudia Régis Machado inicia uma preleção de aproximadamente 1 hora, com assuntos psicológicos variados, os quais relatarão num tópico aparte.
Técnica aplicada –
Utilizamos a exposição de temas psicológicos como ferramenta terapêutica que tem como objetivo fazer com que os pacientes se identifiquem com o tema da explanação e venham a refletir. São motivados para que esta reflexão ocorra e em alguns momentos expressem suas dúvidas e questionamentos.
Não é uma terapia de grupo, mas como colocamos antes um aconselhamento que leve a reflexão e posteriormente a ação para mudanças necessárias. Mantemos um enfoque no aqui e agora. Estimulamos que a decisão de mudança e as conquistas sejam buscadas com muito trabalho, persistência, cuidado e que cada um possa confiar e descobrir suas próprias potencialidades porque cada paciente é responsável por sua vida e sobre as suas escolhas. A palestra busca incentivar os pacientes a assumir novas atitudes e riscos.  Quando necessário orientamos na busca de apoio terapêutico profissional por que há muitas pessoas despreparadas, mostrando pouco conhecimento e percepção de si mesmo. Outros um pouco mais desestabilizados ou com estrutural emocional muito fragilizada que necessita de medicação para se equilibrarem orgânica e psiquicamente.

Fora a exposição, estabelecemos um ambiente terapêutico e tenha o seu papel importante Irvin Yalon no seu livro Cura de schopernhaguer diz que é sempre difícil descrever qual é o “ingrediente realmente importante” para a melhora dos pacientes, mas que existe na criação dos grupos um “ambiente curativo”. Compartilho dessa ideia não no papel de cura, pois não há tempo hábil nem é o nosso objetivo, mas temos a consciência que no trabalho que desenvolvemos criamos este ambiente vibracional, auxiliado pela espiritualidade onde é possível “mergulhar nas águas curativas” conforme Irvin assim se refere.

O ambiente criado pela espiritualidade, pelos participantes da equipe do gabinete, e o desenvolvimento dos temas psicológicos tem grandes propriedades regenerativas do estado mental de cada um dos pacientes.
Tópicos que são abordados:

Tratamos de assuntos como autoestima, busca de força interior, qualidade dos pensamentos e das ações. Orientação sobre a importância da vida e do viver. Valores que norteiam a vida, importância de estar aberto e disponível para mudanças quanto necessários. Autoconfiança.Busca da espiritualidade. Objetivos, propósitos e projeto de vida, mudança de hábitos, paciência.

Estimular a reflexão, olhar para si mesmo e as mudanças de atitudes perante a vida, mudança de comportamento.

Catalisar as energias psíquicas e espirituais no redirecionamento da vida.


3.1.4 - Sala de Emissão Energética - passe:

Trabalham nesta atividade quatro colaboradores, Sra. Elizabeth Molina, Sr. Antônio Ventura, Sr Yuri Souto Maior e Sr. Carlos Lepage.

A emissão energética pode ser individual ou em conjunto, conforme a melhor opção dependendo do número de pacientes no dia, de forma a reduzir ao máximo possível à interferência na palestra de aconselhamento.


3.1.5 - Gabinete Mediúnico;

Dispomos de uma médium psicofônica – Zilda Maria de Souza Pereira.
Dois coordenadores – Sr. Pedro Molina e o Sr. Alexandre Machado

Os pacientes conversam com o espírito na 1ª vez que vem a casa, na 5ª vez e na 10ª vez - onde é reavaliada a condição do paciente e a sua alta pode ou não ser dada, dependendo de mútuo acordo, neste período tivemos cerca apenas cinco casos onde o tratamento foi estendido para 15 sessões.


3.2 - Componentes e funções dos membros oriundos do plano Extrafísico

Espíritos que participaram desta descrição: Diana, Cuidadoso.

3.2.1 - Recepção- entrevista e anamnese:

São dois espíritos de guarda, em caso de necessidade pedem ajuda a outros companheiros que vem rapidamente para acudir e que não participam normalmente da reunião.

Na atividade de anamnese, comparecem amigos espirituais dos entrevistados acompanhados de um Espírito de guarda da casa para proteção espiritual.


3.2.2 - Sala de palestra e Aconselhamento:

Existem vários espíritos nesta sala, um amigo espiritual da Psicóloga e Espíritos que fazem trabalho semelhante ao dela no plano espiritual – eles trazem espíritos para serem tratados na sala. Com o objetivo de tomar consciência de si mesmo, distinguir o estado em que se encontram, ou mesmo apenas para efeitos motivacionais.


3.2.3 - Sala de emissão energética - passe:

Existe um Espírito coordenador da sala.


3.2.4 - Gabinete Mediúnico:

Espírito de consulta mediúnica que vem trabalhando conosco desde 2009:

Espírito Antero – comunicava-se pelo médium Jaci Régis desde 2009: declarou-se amigo espiritual de Jaci, dava suporte físico e espiritual para que ele pudesse levar até o fim das suas possibilidades o trabalho a que ele se propôs. Nas últimas semanas de 2010, com os problemas de saúde de Jaci Régis, ele desligou-se dos trabalhos, pois o Jaci precisou de muito apoio, o Espírito Antero esteve com ele até sua desencarnação e a nova médium Zilda não mais o recebeu, embora tenhamos relatos de sua presença nas reuniões.

Espírito Diana – comunica-se com a médium Zilda, substituiu o Espírito Antero a partir de Outubro de 2010, não participava antes deste trabalho, mas acolheu o pedido e veio trabalhar conosco. Diana nos relata que normalmente existem três espíritos na sala do Gabinete Mediúnico. Diana ficou sabendo do trabalho pelo grupo de amigos que vive junto a Santos, ela não é daqui, veio por afinidade com o trabalho – antes trabalhava em um hospital espiritual.

Espírito Cuidadoso – vem participando de algumas reuniões, desde 15 de agosto de 2011 – não está desde o início do trabalho, mas já está há algum tempo, não quer se identificar ainda, mas tem alternado com a Diana na consulta mediúnica.

Frequentemente recebemos visitas de Espíritos amigos, da comunidade espiritual do Centro Espírita Allan Kardec de Santos.


3.2.5 - Considerações dos Espíritos quanto aos pacientes:

Segundo o Espírito Diana, “os pacientes são pessoas muito solitárias, o trabalho é preparado antes, eles pensam muito antes de decidir por entrar na casa – existe uma atração, eles nos atraem quando estão no processo de escolha”.

Alguns Espíritos da casa tem conhecimento sobre o paciente, Diana propriamente não os conhece e nem faz acompanhamento deles, pois não quer ser influenciada ou influenciar o paciente ou médium. Reservando-se para o aconselhamento.

Pacientes com sinais de depressão – os amigos espirituais apoiam o médico deles, no período em que eles estão em tratamento conosco.

Paciente obsidiado – não é fácil para os Espíritos determinar que um paciente esta com um obsessor, segundo Diana “eles se escondem, mas tem uma determinada hora em que eles não aguentam mais o ambiente e se mostram. Nesta hora nossos Guardas quase que os anestesiam e retiram do ambiente, a maioria foge em seguida após passar o torpor, pois não aceitam facilmente à doutrinação”.

Considerações dos Espíritos quanto aos trabalhos de uma forma geral:

De acordo com o Espírito Diana “Nós seguíamos as orientações do Jaci até o seu afastamento da reunião, o trabalho planejado incialmente por ele era outro, os amigos foram se agregando ao trabalho à medida que ele dava as diretrizes. O Espírito Antero tinha uma afinidade muito grande com o Jaci”.

“A espiritualidade é parte coadjuvante, não se dispersem, tratem de fazer o trabalho com amor”.

De acordo com o Espírito Cuidadoso “os Espíritos que acompanham e participam do nosso trabalho não fazem seguimento dos pacientes (após o término do tratamento), só o fazem no período em que eles estão vinculados ao ICKS”.


4 - Estatísticas:

    1. Perfil do frequentador (idade, sexo, estado civil, número de filhos).
    2. Quadro psicológico (queixa principal)
    3. Percentual que conclui o tratamento


Levantamento do trabalho Psico-mediúnico

Pessoas atendidas  186,  Idade média= 44,16 anos.

Sexo: Feminino  131             Masculino 55

Filhos:   Sim 124,  Não 60

Terminaram o tratamento:

   Sim   70, Não   116
 

NR: os gráficos foram removidos por incompatibilidade com o Blog. 


5 - Resultados

Comentários baseados nas estatísticas:

Obtivemos um resultado positivo, considerado como tal pelo número de pessoas que terminam o tratamento na média de 37,6%, 

Não existe um processo de avaliação final dos pacientes embora recebamos feedback livre dos mesmos, a percepção é positiva entre aqueles que terminam os trabalhos.

39% das pessoas que nos procuram descobrem que o trabalho que realizamos não é o que buscam e abandonam o trabalho após o primeiro dia, não retornando. 23,4% desistem antes de chegar à segunda reunião mediúnica. Isto está de acordo com a referência bibliográfica onde Irvin[14] declara que, as pesquisas mostram que o tratamento não faz efeito para cerca de um terço dos pacientes. Conseguimos um pouco mais 37,6% o que mostra estarmos no caminho certo.
Às vezes a pessoa faz terapia e não é ajudada, precisa procurar outro tipo de ajuda. Nosso grupo tem consciência de que não poderemos ajudar a todos que nos procuram, porque talvez o tipo de trabalho que oferecemos não atinja a todos da mesma forma e se faça necessário à busca, por estes pacientes, de outras formas de terapia.
O trabalho embora sendo desenvolvido com a ajuda de uma psicóloga não se faz necessário que a pessoa que exerça este mesmo papel tenha a formação em psicologia, mas os preceitos colocados no item 2.2 devam ser mantidos para que o trabalho seja eficaz.

6- Conclusão

            A terapêutica aplicada apresenta um resultado positivo, de conclusão de tratamento e alta de cerca de 35% das pessoas que nos buscam.

            Este trabalho requer dedicação, compromisso da equipe do ICKS e suporte constante da equipe Espiritual.

Esperamos que a descrição do mesmo sirva de apoio a outras iniciativas semelhantes em outros CE.



7 - Bibliografia

1 -Centro Espírita – Herculano Pires;
2 - Espiritismo e Exercício Mediúnico – Espírito Marina Fidélis, psicografado – Maury Rodrigues da Cruz; 1985 Curitiba Ed.SBEE;
3 -Mecanismos da Mediunidade – Ademar Arthur Chioro dos Reis Ed. CPDoc – São Paulo 2005;
4 -Hipnometria – Técnica Espírita de Tratamento de Doentes Mentais – Denizard Souza – Anais do II SBPE – 1991. Santos-SP
5 - Centro Espírita do Ponto de vista dos desencarnados – GPCEB – Marcelo Coimbra Régis - Anais do II SBPE – 1991. Santos-SP
6 - Mediunidade e vida – Amilcar Del Chioro Filho
7 - Perfil dos Frequentadores do Centro Espírita nosso Lar – Ivan Dutra e Nilva Busatta - Anais do II SBPE – 1991. Santos-SP
8 -Espiritossomática – Jaci Régis. Anais do IV SBPE – Porto Alegre RS
9 - A cura de Shopeenhauer – Irvin D.Yalom
11 –Scheffer, Ruth – Teorias de aconselhamento – Ed. Atlas - 1970.
13 – May, Rollo – A arte do Aconselhamento Psicológico - Ed Vozes – 1984.
14 – Carls Rogers – Terapia centrada no cliente – Ed Vozes – 1951









Referências no texto
[1] Espiritossomática – Jaci Régis.

[2] Hipnometria – Técnica Espírita de Tratamento de Doentes Mentais – Denizard Souza
[3] Perfil dos Frequentadores do Centro Espírita nosso Lar – Ivan Dutra
[4] O Centro Espírita – página 7
[5] Mediunidade e vida – Amilcar Del Chioro Filho
[6] www.nenossolar.com.br
[7] Mecanismos da Mediunidade – Ademar Arthur Chioro dos Reis – página 47
[8] O Centro Espírita do Ponto de vista dos desencarnados – GPCEB – Marcelo Coimbra Régis
[9] Espiritismo e Exercício Mediúnico – página 13
[11] Scheffer, Ruth – Teorias de aconselhamento
[12] Carls Rogers – Terapia centrada no cliente
[13] May, Rollo – A arte do Aconselhamento
[14] A cura de Shopeenhauer – Irvin D.Yalom