terça-feira, 2 de agosto de 2016

Intolerância ou vandalismo - ataque a Jornal Espírita - por Alexandre Cardia Machado

Recentemente colocamos no muro da sede do ICKS, um dispositivo que permitia a qualquer pessoa que por lá pasasse, retirar um exemplar do Jornal Abertura, de forma gratuita.



Esteve por lá por aproximadamente 40 dias, até que um dia destes alguém, mal intensionado ateou fogo nos jornais, lembrando-nos do que faziam os nazistas no século passado, ou os espanhóis nos famosos auto de fé de Barcelona. Jamais saberemos a motivação, mas de certo é que não desistiremos. Iremos reparar e voltaremos a oferecer nossos jornais, pois acreditamos na humanidade.

A ignorância é a base da intolerância, não conseguir conviver com outras opiniões, outras formas de ver o mundo, principalmente quando estas formas de ver o mundo bucam o amor entre as pessoas e almejam um mundo melhor é algo impensável. Mas sabemos que as pessoas nem sempre param para pensar. Agem por impulso.

Já tivemos vários casos onde nossos jornais não chegavam aos nossos assinantes e o motivo, identificado em muitos dos casos eram os porteiros evangélicos. Motivados sabe lá porque?

Nossos jornais, se enviados como correio normal, não chegam a Jon Aispúrua, na Venezuela, neste caso por razões menos espirituais mas sim por perseguição política. As motivações são muito diversas, mas estamos longe de viver em uma sociedade plural.

Acredito que o atentado que sofreu nosso jornal, seja muito mais um ato isolado de alguma pessoa que resolveu se divertir, depredando, elas o fazem com a coisa pública que  a elas mesmo pertencem, porque não fariam com um bem privado.

Oferecemos nosso jornal pois acreditamos que apresentamos desta forma uma oportunidade de reflexão à sociedade. Jogar fora ou reciclar simplesmente não passa por nossa cabeça, pois sabemos que muitas vezes uma leitura esporádica de um texto espírita, pode abrir uma porta a alguém que está perdido ou buscando uma resposta.

Por que alguém se sentiria ofendido ou atacado por um jornal que professe uma forma diferente de pensar? Se a pessoa não tem interesse naquilo,que siga em frente. Vivemos numa sociedade caótica, se alguém arruma a sua calçada, com cimento fresco, precisa ficar vigiando pois mutios tentarão pisar para deixar a sua marca ou colocar o seu nome?

Há algum tempo passou na televisão uma reportagem, sobre um professor estrangeiro da Unicamp, que reside em Barão Geraldo, Campinas. Ele recebeu de presente da prefeitura uma parada de ônibus em frente à sua casa. Para quem já passou por esta experiência, sabe bem a que me refiro. Pois bem, ele resolveu transformar  o limão em limonada. Instalou um bebedouro, colocou jornais,
disponibilizou bancos e claro passou a “curtir” esta onda positiva. Quem sabe não seja isto que tenhamos que fazer?

Por enquanto estamos na ressaca, de quem viu uma ideia ser destruída, mas iremos repensar e achar uma forma resiliente de seguir oferecendo o que de melhor temos a dar.

Só nos resta mesmo apelar aos poetas, pois  apesar de tudo “Eu sei, eu sei / Que a vida devia ser bem melhor e será / Mas isso não impede que eu repita / É bonita, é bonita e é bonita... (Gonzaguinha).

Ou então como diria Belchior“ viver é melhor que sonhar” – precisamos superar todos os obstáculos, e ir em frente, pois não tem nada fácil na vida, estamos em eterno conflito, aprendendo com este convívio, buscando ajudar aqui e ali, contribuindo para um mundo melhor, menos repleto de pessoas levadas por maus impulsos. Com mais espaço para o contraditório.

Artigo publicado no Jornal Abertura de Julho de 2016.

Após o ocorrido, uma pessoa, que costuma levar seus cães ao Veterinário, vizinho ao ICKS - Instituto Cultural Kardecista da Santos, por iniciativa própria reinstalou as cordas que mantém os jornais no lugar. Assim que retomamos a distribuição. agradescemos esta iniciativa. O bem sempre vence!

2 comentários:

  1. hay un dicho que dice que al arbol que da frutos se le tira piedras. Lastima que aun tengamos intolerantes que hacen estas cosas. no saben que los centros espiritas son la luz del nuevo amanecer. animo queridos hermanos.

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