terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Uma opção pela Ciência Espírita - uma experiência nos anos 80 e 90 do século XX - por Alexandre Machado

Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano

Um grupo de cinco jóvens, composto por Marcelo Régis , Reinaldo di Lucia, Alexandre Cardia  Machado, Vladimir Grijó todos engenheiros, e Ademar Arthur Chioro dos Reis médico, pertencentes a Mocidade Espírita estudantes da Verdade, do Centro Espírita Allan Kardec de Santos, ansiando por novos meios de estudo, resolveram se unir em julho de 1986.

Decidiram pela formação de um grupo com caráter científico, sem vínculos diretos com nenhuma instituição, para que pudessem pesquisar a fundo qualquer assunto sem as amarras da satisfação e dos por quês.

Durante os 10 anos em que o grupo permanesceu ativo, pesquisaram fotos Kirlian, inclusive construíndo uma máquina modelo Pirilampo ( Hernani Guimarães de Andrade ) que havia sido publicada no Jornal Folha Espírita de São Paulo. Pesquisaram o médium de cura Bernardino de Vita Júnior, mas principalmente dedicaram-se 5 anos à pesquisa com gravações e transcrições de reuniões mediúnicas, aplicando o Método de Kardec de estudo, preparação de questões e inquerindo os espíritos.


Apresentaram baseados neste estudos, ao todo 11 trabalhos, nas edições II SBPE, III SBPE e IV SBPE. Os mesmos foram apresentados por Ademar dos Reis (1), Alexandre Machado (3) ,Gisela Régis (1) que se incorporou ao grupo em 1991, Marcelo Régis(3) e Reinaldo di Lucia (3).

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Comunismo - Uma experiência macabra do século XX - uma análise Espírita - por Roberto Rufo



“Comunismo é uma religião igualzinha às outras. Pra quem acredita, não precisa explicação. Pra quem não acredita, não adianta explicação“ Millôr Fernandes 
“ Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas“ Lênin


Daqui há dois anos, ou seja, em 2017, mais especificamente em outubro fará 100 anos da instalação do primeiro regime comunista baseado na doutrina do pensador alemão Karl Marx. Na Rússia de Lênin e seus partidários bolcheviques foi estabelecida a famigerada “ditadura do proletariado“. Na verdade foi o primeiro sistema econômico a desafiar o capitalismo. A tal ditadura citada foi implementada a custo de milhões de vítimas entre seus opositores. Esse regime sucedia a outro regime muito corrupto e despótico dominado pelos czares. Stalin, que sucedeu a Lênin, não mediu esforços para exportar a ideologia mundo afora, chegando num determinado momento do século XX a contaminar um terço do planeta.    
      
O seu ideal de igualdade, temos que admitir, era apaixonante, a tal ponto que um grande número de intelectuais da época se entregaram de corpo e alma em sua defesa. Sempre digo que o problema dos intelectuais não é no atacado, onde geralmente são muito úteis; trata-se do varejo, onde tomam posições muitas vezes delirantes. Martin Heidegger, Céline, Ezra Pound, Le Corbisier abraçaram o fascismo e ou o nazismo com muita satisfação. Até mesmo um intelectual do porte de Noam Chomsky, que admiro pelas críticas pertinentes que faz ao comportamento indecente dos EUA em suas guerras estúpidas, não se sentiu nem um pouco constrangido em elogiar o regime do Kmer Vermelho no Camboja. Hoje alega não ter conhecimento prévio do número de assassinatos cometidos pelo ditador Pol Pot. Não acredito nessa desculpa insustentável,  pois repito, os intelectuais no varejo costumam ser um grande desastre.

Quanto ao Manifesto Comunista de 1848,  Allan Kardec, nos poucos comentários que fez sobre o assunto,   enxergou nele o perigo do coletivismo ante a necessidade da evolução espiritual de cada espírito em particular.   O ideal socialista não estava preocupado com esse assunto, pois se preconizava ateu. Fosse o Espiritismo uma doutrina consolidada plenamente em 1917 quando eclode a revolução comunista na Rússia, teria necessariamente que se opor ao controle absoluto de todos os aspectos da vida individual e coletiva pelo Estado. O livre-arbítrio estaria correndo riscos, como acabou se comprovando com a sustentação pela força dos regimes do Leste Europeu. Essa ideologia se espalhou pela China com Mao Tsé-Tung instaurando um regime sustentado por um grande terror político.



 Foto de Roberto Rufo no XIX SBPE em Santos - SP

Tive um colega pertencente ao PCdoB, que ao contra argumentar os números por mim apresentados de vítimas da coletivização forçada na União Soviética (cerca de 20 milhões de pessoas), dizia serem “apenas“  4 milhões, ou seja, julgava ele ser este um número aceitável de vítimas. É risível.  Convivi muitos anos com um tio comunista, irmão do meu pai, que colocado diante de qualquer argumento do gênero, se saía com aquela famosa frase que não serve pra nada: “o seu discurso é de pequeno burguês“. Sabe-se lá o que quer dizer isso.

Ou quando o pensador Luckácz apresentado ao existencialismo de Albert Camus afirmou: “essa corrente filosófica está a serviço da ideologia capitalista“. Eles se julgavam os donos do modus operandi da  história. Eu sempre considerei um grande embuste que exista uma razão histórica, ou um determinismo espiritual que fará com que as coisas aconteçam independentes da nossa vontade.
Vejo hoje que existiram na história da humanidade dois grandes sonhadores em se tratando de como deva ser o comportamento ideal das pessoas numa sociedade. São eles Jesus e Karl Marx. O problema maior não são os sonhadores e sim seus discípulos e seguidores, que não são sonhadores. Como diz um personagem do último livro de Amós Oz – Judas - os discípulos e seguidores são ávidos de poder e autoridade. Que o digam os que quiseram implantar o cristianismo à força e os cúmplices que julgavam ser o comunismo uma doutrina científica infalível. Os discípulos e seguidores se transformaram em derramadores de sangue.

Uns diziam falar em nome de Deus. E quem é que pode ser contra Deus? Outros diziam falar em nome do povo. E quem é que pode ser contra o povo? O Espiritismo apresenta uma serenidade no trato das coisas humanas muito peculiar e profundamente humanista, o que o diferencia sobremaneira de qualquer corrente ideológica onde o ser humano é desprezível diante de um futuro radiante no paraíso ou para a coletividade.

Concluo que hoje, como regime político, a ideologia comunista é um defunto a ser enterrado pela história. Ou numa frase bem humorada do meu guru Millôr Fernandes: “a diferença entre o capitalismo selvagem e o comunismo, é que um é a exploração do homem pelo homem e o outro é o contrário“.

NR - Publicado originalmente no Jornal Abertura de Setembro de 2015
                                                                                                                                                                    


domingo, 6 de dezembro de 2015

Sobre a pluralidade dos mundos habitados – alguns passos importantes dado pela humanidade - por Alexandre Machado

O mês de Julho foi particularmente interessantes para aqueles que gostam de astronomia, e em especial à aqueles que acreditam que a vida possa existir no Universo.
Pela primeira vez, um veículo construído pelo ser humano, pode finalmente visitar o atual Planeta Anão – Plutão.



Esta viagem a Plutão, feita pela nave New Horizon ( Novo Horizonte) começou, pelo seu lançamento ao espaço, do cabo Canaveral, na Flórida, impulsionada por um fogete Atlas V, o mais potente constuído até hoje. Na época do lançamente em 2006, Plutão ainda não havia sido rebaixado a planeta anão. Era portanto uma viagem ao planeta mais longínquo. 11 anos depois, após passar por Jupiter e ganhar um impulso gravitacional, New Horizon passou, no dia 15 de julho muito perto de seu alvo.

Como curiosidade Plutão foi o primeiro “planeta” descoberto à partir de cálculos feitos, considerando a órbita estranha que apresentavam Neturo e Urano, uma caça ao planeta foi então desencadeada, até que em 1930 um americano de sobrenome Tombaugh, que havia passado algumas noites fotografando um ponto específico de céu, conseguiu encontrá-lo. A previsão científica de sua existência foi confirmada.



O que se comenta, nos meios científicos é que a Nasa completou seu album de fotografias planetário, pois enviou sondas a todos os planetas e agora a Plutão.

Plutão já se sabia, é um lugar inóspito, o Sol visto de lá é apenas um ponto vermelho, Plutão está 40 vezes mais longe do Sol do que a Terra está. A sua superfície na melhor das hipóteses terá uma temperatura de 250°C negativos, lá o gás nitrogênio, o mais abundante em nossa atmosfera, fica em estado líquido. Seu diametro é menor do que a nossa Lua.

Não é possível que haja vida como conhecemos neste planeta anão. Voltamos portanto a propor que a pluralidade dos mundos habitados,tenha o seguinte enunciado: Pelo tamanho do Universo é provável que haja vida fora da Terra, mas não há vida em todos os planetas. Por isto valorizemos ao máximo a oportunidade que temos de viver neste planeta.




Para abrir mais a sua mente:  Revista National Geograph – Julho de 2015 – edição americana – artigo “ Destino Plutão.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A importância do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita - adaptação de textos de Jaci Régis

Ciência da alma

A importância do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita

Consolidaremos  o discurso de abertura do I Simpósio Nacional do Pensamento Espírta em 1989 e alguns artigos de Jaci Régis de 1993, após a realização do III Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, momento que ficava claro que os “laicos” o “Grupo  de Santos” poderia ser isolado do movimento majoritário espírita, mas jamais seria calado, não eramos mais um bando isolado. Havíamos criado um forte vínculo agregando Centros Espíritas que foram pouco a pouco aderindo à CEPA – Conferederação Espírita Panamericana. Somos um grupo forte.



Em 1989, Jaci Régis convidou dezenas de expositores, para apresentarem suas ideias a favor ou contra ao Espiritismo à Brasileira – religioso. Poucos foram os que aceitaram o debate, vieram mesmo aqueles mais afinizados com o espiritismo filosófico, livre-pensador.

Na abertura assim se referiu Jaci “  ... eu espero que no futuro nós possamos organizar outroseventos, para reunir trabalhos originais com 200 pessoas para ouvir pessoas pessoas que estejam pensando num Espiritismo dentro da Cultura,e não, do Espiritismo dentro dos centros espíritas, como uma seita apenas. Aqueles que pensarem como uma seita que venham aqui apresentar os seus argumentos. Gostaria que criássemos um espaço para aquelas pessoas que gostam de estudar, de investigar e cruzar os conhecimentos espíritas com a cultura. Que tivéssemos um ponto de referência, que eles reunissem as suas forças o seu  investigar, para que daqui a um ano, dois anos, sabendo que terão um espaço para apresentar a sua investigação, a sua contribuição. Porque nós pensamos que o Espiritismo é elaborado pelos homens, não como alguns pensam que é elaborado pelos Espíritos.
Como o Espiritismo é elaborado pelos homens, nós esperamos que homens e mulheres que estejam dispostos a investigar, a trazer a sua contribuição para que o Espiritismo, quem sabe, atinja aquele ideal que todos tem no coração. Para ser a grande Doutrina do Século XXI pela contribuição de ideias, poque o mundo gira em torna de ideias e somente as ideias é que mudam o rumo da históri.”
Passamos de Grupo de Santos para um grupo maior, junto com companheiros do Brasil, de São Paulo e do Rio Grande do Sul, principalmente.

Em 1993, realizamos o terceiro SBPE, o segundo  com trabalhos escritos e defendidos por seus autores, ao todo 13 trabalhos, na avaliação dos participantes, o Simpósio atingiu  56% ótimo e 40% bom. Ou seja o III SBPE consolidava um novo caminho.

Jaci Régis assim se referiu num artigo, publicado no Jornal Abertura,  denominado  - Progresso e modernidade em outubro de 1993: “ A inserção da modernidade é um processo revolucionário e não simples acomodação de palavras. Vemos o Espiritismo aprisionado às posições moralistas do cristianismo, que desfigurou o sentido natural da mensagem de Jesus de Nazaré, por injunções que todos conhecem. Falta-lhe  aceitar as necessidades do progresso e da modernidade.

Mas ele quer ser uma revelação espiritual, quer ouvir os mortos e deixá-los dirigir os vivos, como se eles, na maioria, não passassem de homens de homens comuns, aprisionados ainda a visões estreitas e pessoais. Desse modo, o Espiritismo não chegará a lugar a lugar nenhum e será penalizado com a repetição de verdades que envelhecem.”  

Jaci Régis, viu se sonho acontecer, participou ativamente de doze edições do SBPE, assistiu homens e mulheres apresentarem mais de 140 trabalhos que seguiram a sua ideia, que contribuíram e que seguem contribuindo, nas 3 edições que ocorreram após o seu desencarne.


Autores com mais trabalhos – entre  95 apresentadores nas 14 edições do SBPE

      Alexandre Machado - ---------------------------------- à 14
      Reinaldo di Lucia    ------------------------------------ à 12
      Eugenio Lara  ------------------------------------------- à 12
      Jaci Régis  -- -------------------------------------------- à 11
      Ademar Arthur C. Reis ------------------------------- à   9
      Ricardo Nunes -----------------------------------------  à  8
      Wilson Garcia, Marcelo Régis e Mauro Spinola ---à  7
      Marcelo Henrique, Alcione Moreno e Ciro Pirondià   6
      Raul Dubrich  -------------------------------------------à   5

Publicado no Jornal Abertura edição de novembro de 2015